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Efeito da infecção por PCV2 na reprodução: doença, transmissão vertical, diagnóstico e vacinação

Muito provavelmente o estado imunitário das explorações em relação ao PCV2 modificou-se relativamente ao que tinham antes de que as vacinações de leitões fossem massivas.

17 Fevereiro 2016
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Artigo

Effect of porcine circovirus type 2 (PCV2) infection on reproduction: disease, vertical transmission, diagnostics and vaccination. DM Madson and T Opriessnig. Animal Health Research Reviews 12(1); 47–65. doi:10.1017/S1466252311000053

 

O que se estuda?

O objectivo deste artigo é oferecer uma visão geral dos efeitos da infecção por PCV2 nas porcas incluindo a transmissão vertical, sinais clínicos, lesões, diagnóstico e controlo vacinal.

Os autores resume o conhecimento actual sobre as infecções por PCV2 em porcas e fornecem um sistema de classificação que diferencia entre a falha reprodutiva clínica associada a PCV2 e as infecções subclínicas dos fetos dentro do útero.

 

Quais são os resultados?

A apresentação clínica da falha reprodutiva associada a PCV2 é variável e depende do tempo de infecção durante a gestação e do estado imunitário da porca. Os sinais clínicos mais destacados da infecção intrauterina por PCV2 são os leitões mumificados e os nascidos mortos. Os abortos devidos a PCV2 são raros e muito provavelmente devidos a doença sistémica da porca. A falha reprodutiva devido a PCV2 aparece sobretudo em primíparas, por exemplo em explorações novas.

Efectos de la infección intrauterina por PCV2

A infecção subclínica é muito mais frequente e independente do número de parto da porca. Neste caso a porca e os leitões não apresentam sinais clínicos claros, ainda que o rendimento reprodutivo da exploração possa ver-se afectado por um aumento dos retornos, uma taxa de partos reduzida, um aumento dos nascidos débeis, etc

 

Que conclusões se tiram deste trabalho?

A infecção por PCV2 deve ser considerada dentro do diagnóstico diferencial de falha reprodutiva em porcas e também em casos de um rendimento reprodutivo sub-óptimo da exploração. Para diagnosticar a falha reprodutiva associada a PCV2 devem cumprir-se os seguintes critérios: sinais clínicos (fetos mumificados, leitões nascidos mortos ou nascidos débeis, etc.), lesões microscópicas nos tecidos fetais (coração ou tecido linfóide) e detecção do antigene no ADN de PCV2 no tecido fetal. Para aumentar a possibilidade de detecção de PCV2 em ninhadas afectadas há que enviar 4 - 6 leitões mumificados, nascidos mortos ou débeis para análise. As infecções uterinas subclínicas podem identificar-se mediante amostras de soro dos leitões antes de mamar, onde se tenta detectar ADN (PCR) ou anticorpos (ELISA, IFA) de PCV2.

A vacinação das porcas contra o PCV2 pode aumentar o rendimento reprodutivo e reducir as infecções intrauterinas dos fetos. Para prevenir a infecção intrauterina devem-se vacinar as porcas antes da cobrição ou após o desmame.

 

Enric MarcoA visão a partir do campo por Enric Marco

Quando pensamos em problemas reprodutivos imaginamos problemas de abortos ou graves situações de infertilidade. Não obstante, poucas vezes pensamos que um ligeiro aumento no número de leitões mumificados ou nascidos mortos possa estar relacionado com uma causa infecciosa. No caso das infecções por PCV2, faz tempo que sabemos que o vírus pode afectar as fêmeas gestantes mas, quiçá porque os efeitos que a infecção produz são pouco visíveis ou pouco frequentes, a vacinação nas porcas reprodutoras não é uma prática habitual. É certo que cada vez há mais explorações que vacinam as porcas de substituição simplesmente porque não se quer correr o risco de introduzir porcas negativas no sistema que sejam susceptíveis de se infectarem durante a gestação. Como a vacinação nos leitões dá tão bons resultados, há sempre o risco de gerar lotes de primíparas negativas.

Muito provavelmente o estado imunitário das explorações em relação ao PCV2 modificou-se relativamente ao que tinham antes de que as vacinações de leitões fossem massivas. É possível que tivessemos alguma surpresa, especialmente onde não se imunizam as primíparas!

Todas as infecções intrauterinas que se produzem em estados avançados de gestação poderão afectar o miocárdio dos fetos produzindo miocardite. Este é o caso das infecções intrauterinas causadas por PPV, PRRS e também por PCV2, como se comenta neste artigo. As miocardites, quando são leves, poderão não provocar a morte imediata dos animais, mas seriam limitantes para vida quando as necessidades de oxigénio dos animais aumentassem. Por outras palavras, os afectados poderiam morrer em fases onde o crescimento seja elevado (por exemplo: fases finais das baterias ou início da engorda). Nos últimos anos, temos visto como uma pequena percentagem das explorações, ainda que vacinando os leitões, ainda continuam a ter clínica sugestiva de uma infecção por PCV2 e nalguns casos tendo-se observado lesões de miocardite no coração de alguns dos afectados. Poderiam ser devidas a uma infecção intrauterina? Poderia a vacinação das porcas reprodutoras limitar o aparecimento de alguns destes casos?

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