O novo regulamento sobre medicamentos veterinários e ZnO, a ser implementado em 2022, representa um grande desafio para a indústria suína da UE. No entanto, este regulamento também é uma oportunidade para repensar as explorações e impulsioná-las para a excelência. Nestes 2 artigos serão discutidos alguns dos pontos considerados importantes para rever em qualquer exploração que deseja eliminar a medicação na ração enquanto melhora o seu rendimento produtivo.
Porque deixar de usar antibióticos e óxido de zinco na ração?
Se a sua resposta for "para cumprir com a legislação"… pense de novo. A medicação na ração existe para solucionar um problema, não deveria ser parte do maneio habitual de uma exploração de porcos. É, de facto, mais fácil e económico usar antibióticos que solucionar o problema de fundo, mas também é uma armadilha a longo prazo. As explorações que usam menos ou não usam antibióticos ou ZnO na ração têm melhor rendimento do que aquelas que usam. Poder-se-ia pensar que é ao contrário, que aqueles que têm mais problemas (e pior rendimento) precisam usar mais antibióticos e ZnO. No entanto, quem visita explorações regularmente sabe que não é esse o caso. Usar medicamentos para resolver problemas torna-se um hábito, e abandonar a medicação na ração é difícil, caro e requer muito trabalho de equipa. Porém, a longo prazo, vale a pena.
O que é que implica a eliminação da medicação na ração?
Na Teagasc, temos trabalhado com produtores pecuários na eliminação de medicamentos na ração nos últimos 5 anos. Na maioria dos casos, a eliminação não gerou situações dramáticas, porém a exploração deve passar por um processo de adaptação. Ocorrerão surtos de tempos a tempos e precisarão ser feitos ajustes na limpeza, maneio, vacinação e outras áreas. Em geral, isso costuma durar de 1 a 2 anos, após os quais a exploração terá um rendimento muito melhor do que quando usavam a ração medicada. Os parágrafos a seguir incluem algumas das coisas que aprendemos a trabalhar com produtores pecuários irlandeses. Espero que ajudem.
Primero, obter a dieta correcta
Seria justo dizer que os avanços actuais no maneio dos leitões abordaram muito bem o problema da anorexia pós-desmame. Sim, depois do desmame os leitões ainda comem menos do que é o seu potencial, mas o conhecimento sobre creep feed e suplementos lácteos, o atraso na idade ao desmame e a melhoria das instalações, têm ajudado em grande medida a minimizar este problema. Se a anorexia ainda é um problema na sua exploração, converse com o seu nutricionista e analise os seus protocolos de maneio.
Pode parecer estranho, mas também sugerimos ignorar a saúde intestinal. Não estamos a dizer que a saúde do sistema digestivo não seja importante, mas muitas vezes, quando nos concentramos na saúde intestinal, esquecemos que há um animal em volta do intestino. Sim, é importante criar um ambiente intestinal adequado, reduzir proteínas, acidificar ... mas a nutrição vai além do intestino. No desmame, o leitão perde a sua principal fonte de nutrientes, então ocorre um rápido esgotamento de algumas vitaminas e minerais, como o zinco, e as necessidades de aminoácidos mudam para alimentar a resposta imunológica. A nutrição vai além do próprio animal, influenciando até mesmo as populações microbianas do meio ambiente. Quando foi a última vez que você viu uma exploração que fornecia o suprimento de creep feed em alimentadores sujos e cheios de moscas?
Definir o problema real
Parte da "magia" da ração medicada é que resolve mais que um problema de saúde na exploração. Certamente, em muitas explorações, já ouviu falar que medicam para controlar a diarreia (ou assim dizem) e de repente não podem eliminar a medicação porque não têm como controlar a meningite. Não havia meningite quando eles começaram a medicação para a diarreia? Um protocolo de diagnóstico proativo, bons registos e uma revisão do programa de vacinação são essenciais.
Mantenha a fé, acontecerá
Um comentário que ouvimos muitas vezes de produtores pecuários que eliminaram com sucesso a ração medicamentosa é que "as fezes dos se tornam um tanto moles na primeira semana após o desmame, e daí?" Esses produtores pecuários diriam para se manter firme e evitar a tentação de voltar à medicação. Terá um problema de vez em quando, mas aprenderá a lidar com ele. Em geral, isso seria o que o produtor pecuário faria a um mau lote e com a experiência irá reconhecê-los e poderá antecipar o problema. Nas explorações de finalização é mais fácil, na produção de 2 ou 3 sites, será necessário um pouco mais de comunicação entre os sites.