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Emissões de gases nas explorações suínas

Este artigo resume os resultados de diferentes estudos relacionados com as medições das concentrações dos principais gases e maus cheiros nos pavilhões...

2 Outubro 2011
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Em produção suína as principais fontes de emissão de gases e maus cheiros incluem os pavilhões que albergam animais, as estruturas de armazenamento de chorumes e a sua aplicação nas terras. O presente artigo resume os resultados de diferentes estudos relacionados com as medições das concentrações de amoníaco, ácidos gordos voláteis e compostos orgânicos voláteis assim como sulfureto de hidrogénio, gases de efeito estufa e por último bioaerossóis.

Amoníaco

As concentrações de amoníaco no interior dos pavilhões variam amplamente, de valores baixos como 1,9 ppm até um máximo de 25,9 ppm, dependendo das condições de limpeza de cada pavilhão (Duchaine, Grimard, y Cormier 2000 ) e da época do ano e/ou índice de ventilação (Heber et al. 1997, 2000, 2004, 2005). Em geral, as salas de parto e transição são as zonas com menores concentrações de NH3 em comparação com os pavilhões de gestação e de crescimento-engorda (Jacobson et al 2006;. Zhu et al 2000). As concentrações de NH3 no ambiente diminuem de forma rápida ao aumentar a distância a sotavento das explorações porcinas (Stowell et al. 2000). Uma revisão da literatura existente levada a cabo por Arogo, Westerman e Heber (2003) concluiu que há muitos factores que afectam as taxas de emissão de NH3 incluindo o tipo de instalação, tamanho do animal, idade e tipo, gestão dos chorumes, tempo de armazenamento e tratamento e variáveis climáticas. Uma observação de Heber et al. (2005) relativa à emissão horária de NH3 correlacionou-se positivamente com a temperatura interior e exterior, a taxa de ventilação e o peso total dos porcos. Carter, Lachmann y Bundy (2008) mostraram que as alterações na dieta podem ter um grande impacto nas emissões de NH3, observando que a utilização de uma dieta baixa em proteínas e com aminoácidos sintéticos diminuiu as emissões de NH3 quase para metade em comparação com as dietas controlo.

Ácidos gordos voláteis e compostos orgânicos voláteis

Um estudo mediu a presença de compostos orgânicos voláteis em 3 explorações porcinas ( transição com 8.000 cabeças e engorda com 2.000 e 3.000 cabeças) detectando uma média total das emissões de 204, 291, 258 e μg/s/m2 respectivamente enquanto que em outro estudo realizado para medir as emissões de ácidos gordos voláteis numa exploração de desmame-engorda a média variou dos 30 a 70 e de 40 a 100 mmol/dia/porco em função dos porcos serem alimentados com uma dieta com baixo conteúdo em nutrientes e excreção ou dieta controlo comercial, respectivamente.

Sulfureto de hidrogénio

Relativamente a este composto, foi observado como a sua concentração é maior nos pavilhões de gestação (600 ppb) em comparação com as salas de parto (300 ppb). Pode ser observado como estes níveis podem aumentar até 3.000 ppb ou 3 ppm quando o chorume é drenado nos pavilhões de gestação. Parece que os pavilhões com ventilação mecânica e armazenamento de chorume em fossa profunda apresentam umas concentrações médias inferiores (de 38 a 536 ppb) num período de seis meses. Em outro estudo realizado em explorações de engorda foi observado como as concentrações de H2S eram directamente proporcionais à temperatura ambiente e ao fluxo de ar, enquanto que o tamanho dos animais não foi um parâmetro importante.

Gases de efeito estufa

Um estudo realizado por Laguë (2003) estimou as emissões de gases de efeito estufa num total de 1.835 kt de CO2, o que corresponde aproximadamente a 3% do total das emissões do sector agrícola e de criadores do Canadá, 0,3% do total das emissões antropogénicas ou 0,006% das emissões mundiais. A maior parte de CO2 gerado nas explorações suínas deve-se à expiração de CO2 dos animais, enquanto que a quantidade de CO2 libertada a partir do chorume representa 37,5% da quantidade de CO2 exalado pelos animais. Relativamente ás emissões de N2O relacionadas com o sistema de maneio de chorumes, na maioria das explorações dos Estados Unidos estima-se em 20 g/ano/animal.

Bioaerossóis

Um estudo realizado por Duchaine, Grimard, y Cormier (2000) mediu as concentrações microbianas em 8 pavilhões que representavam uma ampla gama de condições de limpeza obtendo concentrações médias de 883 ufc/m3 de fungos, 4,25x105 ufc/m3 para bactérias e 4,9 x 103 unidades de endotoxina/m3. Os microorganismos no ar isolados por Cormier et al. (1990) em duas explorações de cria e duas de engorda mostraram concentrações de bactérias totais de 1,51 x 105 ufc/m3, 1,83 x 105 ufc /m3, 4,92 x 105 ufc/ m3 e 5,44 x 105 ufc/m3, respectivamente.

Council for Agricultural Science and Technology (CAST). 2011. Air Issues Associated with Animal Agriculture: A North American Perspective. Issue Paper 47. CAST, Ames, Iowa.

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