20 de Janeiro de 2017
Começou um novo ano, mas o mercado continua velho. Quero com isto dizer que, se o final de 2016 se caracterizou pela manutenção da cotação do porco no nosso País, o início do novo ano nada trouxe de novo. Manutenção da cotação na primeira quinzena do mês. Ou melhor, até houve uma ligeira subida 0,007€/kg carcaça na cotação. Para que preço? Não sabemos.
Pelas informações que consegui obter, a Bolsa do Porco voltou a não publicar cotação de referência e apenas irá dar informação relativa à variação da mesma.
O mercado nacional vai-se desenrolando sem grandes sobressaltos, fruto de algum equilíbrio entre a oferta e a procura. De todas as formas, prevê-se que haja menos oferta de porcos daqui para a frente e esta redução na oferta tem que, forçosamente, se reflectir na subida da cotação.
Em relação à cotação média da Bolsa do Porco, em 2017 e nas semanas em que houve cotação (relembro que nas primeiras 4 semanas do ano não houve cotação definida), esta foi de 1,566€/kg carcaça.
Em Espanha, a cotação mercado espanhol acabou mexer muito ligeiramente (+0,003€/kg PV, ou seja, cerca de +0,004€/kg carcaça) fixando-se a cotação em 1,132€/kg PV (1,509€/kg carcaça). Os pesos em Espanha subiram 370g nesta quinzena, principalmente porque houve feriados e, consequentemente, menos abates. Em todo o caso, os pesos são mais baixos cerca de 1kg do que era o ano passado na mesma altura.
Dos grandes produtores de porcos na U.E., a Espanha continua a ter o preço mais baixo mas, após a subida e a descida alemã que arrastou os seus mercados satélites (Holanda, Bélgica, Áustria e Polónia), as cotações não estão muito distantes umas das outras.
Começam-se a abater mais porcos em toda a U.E. para repor stocks nas câmaras frigoríficas e para retomar as vendas para a China e este aumento dos abates vai sobrepor-se à redução da oferta de animais para abate já que as reduções no efectivo reprodutor, desde finais de 2014 e até meados de 2015, deixaram marcas e elas começam a ser visíveis. Há menos oferta de porcos para abate.
O mercado alemão, tal como referi acima, teve uma subida de 0,05€/kg carcaça e uma descida no mesmo valor, tendo havido, portanto, manutenção da cotação em 1,52€/kg carcaça. Os pesos, devido a alguma redução nos abates alemães, subiram 300g para os 96,4kg carcaça. Os matadouros têm baixado o preço da carne para poderem tentar vender mais, mas o comércio de algumas peças está complicado e a congelação é uma solução que tem sido seguida por boa parte das empresas de abate.
Na Holanda a cotação subiu para se realinhar com o mercado alemão. A Holanda, devido a uma nova definição no “porco base” para definição da cotação, teve uma subida de 0,16€/kg carcaça, sendo que 0,11€ desses 0,16€ são de “regularização da cotação tendo em consideração o novo “porco base”. Assim a cotação holandesa é 1,58€/kg carcaça. Na Bélgica, a cotação manteve-se em 1,05€/kg PV.
A Dinamarca manteve a sua cotação em 1,35€/kg carcaça. Os dinamarqueses referem que em Janeiro é normal que as vendas se reduzam, e este ano não está a ser excepção. Apesar disso, as perspecitvas de venda para a China, depois do seu Ano Novo, são boas e isso tem ajudado a “segurar” os preços.
Em França a cotação subiu 0,02€/kg carcaça fixando-se em 1,323€/kg carcaça. Os pesos baixaram 500g para os 94,9kg de carcaça (menos 1,2kg que na mesma semana de 2016). A oferta de porcos é baixa e tem tendência a ser menor o que será um factor positivo para as cotações.
Para terminar, e veiculando a informação do MPB, deixo-vos indicação das cotações médias dos porcos nos maiores produtores da U.E., comparando-os com as cotações médias de 2015.
País 2015 2016 var %
Alemanha AMI 57% 1,387€ 1,487€ 7,24
Espanha Lérida PV 1,129€ 1,130€ 0,09
Holanda Vion 1,341€ 1,452€ 8,26
Dinamarca 61% 1,235€ 1,302€ 5,40
França MPB 56 TMP 1,238€ 1,293€ 4,44