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30 de Janeiro de 2015
A cotação na Bolsa do Porco manteve-se na segunda quinzena de Janeiro o que denota algum equilíbrio entre a oferta e a procura. Mercado estabilizado e à espera do que poderá vir a suceder no comércio entre a Rússia e a U.E. já que houve reuniões bilaterais, em Berlim durante a “Semana Verde”, entre representantes do Governo russo e representantes de alguns Países da U.E. que abrem boas perspectivas para o retomar do comércio de carne de porco (no caso trata-se de miudezas e gorduras) com destino aquele país.
É provável que estas negociações possam “esbarrar” na Comissão, já que a Rússia pretende que cada país da U.E., que não faça fronteira com a Polónia e a Ucrânia (onde existem focos de Peste) emita um certificado sanitário unilateral que garanta que os animais donde são originários os produtos estão indemnes à Peste Suína Africana e a Comissão refere que existe um Certifica Único que abrange todos os 27 estados Membros e que o mesmo não pode ser substituído por um outro. “Braço de Ferro”, portanto.
De todas as formas, esta possibilidade de envio de produtos de porco fez com as descidas das semanas anteriores, em quase todo o mercado Europeu, tivessem parado e levou a uma estabilização das mesmas.
Nesta quinzena, a cotação em Espanha desceu -0,003€/kg PV, cerca de 0,004€/kg carcaça. A cotação está nos 1,02€/kg PV, ou seja, aproximadamente 1,36€/kg carcaça. Neste país os abates estão ao mesmo nível dos do ano passado na mesma altura mas os pesos de abate estão mais elevado 1 kg aproximadamente. Sinal de oferta mais abundante do que a procura até porque ainda não se absorveram todos os porcos atrasados que se abateram a menos devido aos feriados de Natal, Ano Novo e Reis.
A Alemanha manteve a sua cotação em 1,28€/kg carcaça já que o mercado está estabilizado e expectante para o que poderá trazer as próximas semanas.
Nesta quinzena houve comportamentos diferentes dos mercados holandês e belga. Assim, a cotação da Holanda manteve-se em 1,19€/kg carcaça e a da Bélgica baixou 0,01€/kg PV fixando-se em 0,89€/kg PV.
A Dinamarca foi a campeã das descidas tendo baixado 0,04€/kg carcaça (cotação em 1,13€/kg carcaça). Esta forte descida dinamarquesa é um claro sinal das dificuldades que este país está a ter na exportação de carne de porco para Países Terceiros. Será que com esta descida vai conseguir ganhar mercado no exterior?
A França voltou a baixar a sua cotação (-0,013€/kg carcaça, cotação em 1,089€/kg carcaça de preço base) apesar do bom e elevado ritmo dos abates. Em todo o caso, e após as informações de que haveria a possibilidade de voltar a haver exportações de gorduras e miudezas de porco para a Rússia, com origem em França, houve até uma ligeira subida da cotação francesa na última semana do mês. Expectativa, portanto, no mercado francês para o que pode vir do “País do Frio”.
Além da possibilidade de se poderem vir a reatar as exportações para a Rússia, um outro factor positivo para o mercado do porco Europeu é a forte desvalorização do Euro face ao Dólar Americano que coloca a carne de porco Europeia com preços mais competitivos face à norte-americana, canadiana e brasileira. Neste momento, o Euro tem a sua cotação abaixo de 1,18 dólares o que é uma cotação idêntica à do ano 2000 (há 15 anos atrás, portanto).
Por outro lado, um factor negativo com a desvalorização do Euro é a subida do preço da soja e das restantes matérias-primas que influenciam fortemente o custo de produção.
Veremos se estes dois sinais positivos serão suficientes para fazer subir, com algum significado, as cotações europeias do porco nas próximas semanas já que as mesmas são demasiadamente baixas e se estas poderão cobrir algum aumento do custo de produção, devido à subida do preço das matérias-primas.
