Cenários diagnósticos
1) Suspeita de surtos agudos de A. pleuropneumoniae numa exploração anteriormente negativa.
Neste caso, o factor chave é a confirmação se a exploração está ou não afectada por APP. O melhor método é enviar porcos mortos ou porcos vivos afectados para o laboratório de diagnóstico para o exame post-mortem. As amostras das lesões típicas da pleuroneumonia aguda podem ser cultivadas mediante técnicas e meios adequados e depois ser determinado o serótipo de culturas puras. Dependendo da disponibilidade de outros exames, podem ser conservadas amostras para PCR, IFA e/ou histopatologia no caso de serem necessários exames complementares.
Figura 1. Pulmão suíno que mostra uma zona de pneumonia hemorrágica e fases iniciais de pleuresia associadas com infecção aguda por Actinobacillus pleuropneumoniae.
Figura 2. Pulmão suíno que mostra um foco de pneumonia de sub-aguda a crónica com pleuresia mais extensa, coerente com infecção por Actinobacillus pleuropneumoniae en vías de solução.
Além do exame post-mortem, podem ser colhidos esfregaços das amígdalas de porcos vivos afectados para exames PCR de ApxIV ou específicas de serótipo. O uso de uma técnica PCR "aninhada” optimiza a sensibilidade do exame permitindo agrupar os esfregaços em lotes de 5 por grupo. Desta maneira pode ser examinado um número representativo de porcos de modo rentável.
O primeiro conjunto de amostras de sangue para serología em pares pode ser recolhida na fase aguda; no caso ideal, os porcos dos quais foram recolhidas as amostras devem ser etiquetados para que seja possível recolher amostras de soro em estado convalescente 3-4 semanas depois, para serem emparelhadas correctamente com as amostras da fase aguda em porcos individuais.
2) Diagnóstico da infecção crónica por A. pleuropneumoniae como parte do “complexo respiratório porcino” (CRP)
Em situações complexas de pleuroneumonía onde possam estar implicadas uma ou mais infecções concomitantes, aconselha-se a ampliar a investigação e um protocolo de amostragem que inclua material para outros exames. Isto pressupõe dispor de tecido pulmonar fresco para bacteriologia e virologia e/ou exames PCR para outros agentes. A histopatologia em 3 áreas representativas de tecido afectado fornece novos dados sobre a natureza das lesões pneumónicas. Em casos crónicos de infecção por APP as lesões encapsulam-se, contraem-se e finalmente reduzem-se a zonas de cicatrização crónica. Durante as etapas crónicas, o número e a viabilidade de APP nas lesões reduzem-se drasticamente e as taxas de isolamento são escassas. Nestes casos, os exames PCR das lesões pulmonares e a serologia nos porcos recuperados no lote fornecem uma informação diagnóstica mais útil. Os anticorpos podem ser detectados desde aproximadamente 10 – 14 dias depois da infecção.
3) Rastreio de porcos sãos isentos de A. pleuropneumoniae como parte de um programa de garantia sanitária.
Além da inspecção clínica das explorações e dos exames pulmonares realizados em porcos abatidos, podem ser seleccionados números representativos de porcos em idades de alto risco (isto é, de engorda ou acabamento) para investigar a presença de APP mediante esfregaços das amígdalas, assim como mediante a recolha de amostras de sangue para serologia. As análises PCR que usam ensaios baseados em ApxIV também podem ser usadas com eficácia em explorações isentas de APP que tenham sido vacinadas como garantia contra a possibilidade de doença grave, no caso de surtos numa exploração não exposta previamente.
Dificuldades que se podem encontrar com as análises de APP e com a interpretação dos resultados
A maior parte das dificuldades apresentam-se quando se seleccionam porcos sãos isentos de APP, pelos seguintes motivos:
• No caso ideal, as explorações seriam negativas para todos os serótipos de APP, no entanto, nas mesmas pode haver serótipos não virulentos ou de baixa virulência sem que haja nenhuma doença clínica associada. |
Apesar das dificuldades assinaladas, os exames diagnósticos para APP fornecem uma contribuição útil para a informação global sobre a exploração. Os resultados das análises devem ser sempre interpretados à luz de uma perspectiva mais ampla que inclua a história clínica, a vigilância no matadouro, os resultados post-mortem e de culturas e o rastreio serológico.