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Factores de produção associados à tosse e à pneumonia nos porcos

No primeiro desta série de artígos sobre doenças respiratórias nos porcos foram abordadas as causas da tosse. Este segundo artigo trata dos factores de produção que estão associados com a doença respiratória


No primeiro desta série de artígos sobre doenças respiratórias nos porcos foram abordadas as causas da tosse. Este segundo artigo trata dos factores de produção que estão associados com a doença respiratória.

Tabela 1. Principais factores a considerar quando se investiga a tosse e a doença respiratória nas explorações.

Sistema
Situação da doença
Alojamento
Maneio
Tamanho população
Origens múltiplas
Produção contínua
Exploração jovem
PRRS positivo
Micoplasma positivo
Ascariases
SIV positivo
Aujeszky positivo
PCV2 positivo???
Mau isolamento
Má ventilação
Densidade de stock
Densidade
Janelas abertas
Controlo do clima
Higiene
Nutrição
Fornecimento de água
Observação
Tratamento

Pensando no sistema de produção, a dinâmica da infecção será determinada pelo tamanho da população, o número de origens de procedência, número de porcos num mesmo espaço, o maneio do fluxo de porcos no sistema e a idade da exploração de cría da que procedem os porcos. Em populações numerosas, a infecção tenderá a produzir-se em grupos à sorte por toda a exploração e à medida que um grupo se recupera outro é infectado. Este é o caso típico de PRRS. A questão piora muito se são empregues várias procedências de porcos, seja para engorda ou para cría. Se a produção é contínua, sem a oportunidade de um fluxo modular de porcos num sistema tudo dentro/tudo fora, existe um risco real de que seja perpetuada a infecção. A introdução de porcas primíparas sem uma quarentena, vacinação e aclimatação adequadas piorará as coisas, já que se sabe que as porcas primíparas produzem niveis mais baixos de anticorpos circulantes que as porcas com três e mais partos.

A situação da exploração quanto a doenças influirá claramente no grau de doenças respiratórias. Os resultados positivos para PRRS e pneumonía enzoótica continuam a ser os factores de risco mais importantes. Neste contexto, há que recordar que a vacinação contra a Mycoplasma hyopneumoniae não vai necessariamente evitar a infecção, simplesmente atenúa os processos clínicos e patológicos. As doenças virais como a gripe suina e a doença de Aujeszky deterioram a imunidade celular respiratória, tal como o PRRS, e portanto agudizam a infecção. A presença de PCV2 é também provavelmente um factor de risco importante, mas dado que se considera que é ubíquo e que nem todas as explorações têem pneumonía, é possível que por si só não seja sempre um factor de risco. Os sistemas de alojamento e maneio têem um papel decisivo quanto a potenciar ou mitigar a pneumonía nos porcos. Estes serão comentados em próximos artígos.

Fig. 1. Complexidade da doença respiratória em porcos

Os agentes patogénicos destacados em vermelho são ou agentes patogénicos primários ou iniciadores da doença. Os destacados em azul podem ser iniciadores ou servir para agudizar a doença, enquanto que os destacados a amarelo tendem a ser infeções secundárias. De modo que, assim como há muitas combinações de factores de produção associados com a doença respiratória, também há combinações de agentes infecciosos. A vida nunca é simples! Nos próximos artígos serão consideradas com mais detalhe as infecções e os métodos de controlo.

John Mackinnon.Veterinario consultor de suinícultura. Reino Unido

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