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30 de Dezembro de 2011
Apesar das indicações de manutenção dadas pela Bolsa do Porco, houve descida (ainda que ligeira) no preço dos porcos em Portugal na última quinzena do ano.
Alguma contenção no consumo e uma pressão da distribuição para o não aumento dos preços da carne ao consumidor levaram a indústria a ter que reduzir os preços de compra para conseguirem obter alguma margem positiva.
Os Países exportadores da U.E. ressentiram-se neste final de ano com a redução das vendas para Países Terceiros e isto reflectiu-se nos seus preços internos, tendo havido descidas acima do esperado em Espanha, França, Alemanha, Holanda, Bélgica e Dinamarca.
Houve uma paragem nas exportações Europeias, primeiro devido às Férias Natalícias em vários Países Europeus (Rússia, Ucrânia) e para a China que se prepara para comemorar a Ano Novo Chinês, o que tradicionalmente representa uma paragem no seu mercado de importação. Clientes de peso que não compram levam a que os fornecedores de peso, que não vendem, reduzam abates e daí a descida do preço aos produtores.
De todas as maneiras, o início do ano vai trazer uma descida do preço dos porcos em toda a Europa e com a desvalorização do Euro face ao Dólar a carne de porco europeia estará bastante competitiva nos mercados internacionais e o seu escoamento será menos complicado do que foi neste final de ano.
A Espanha apresentou uma descida de 4 cêntimos/kg carcaça nesta quinzena. Esperam-se reduções de matança devido aos Feriados e à greve de dia 29 de Dezembro nos matadouros que a juntar à redução das exportações acabaram por ser os grandes causadores da redução de preço.
O mercado francês nesta quinzena desceu fortemente o seu preço depois de ter subido 4 cêntimos na quinzena passada. Assim, a descida foi de 9,3 cêntimos sendo a maior de todos os Países da U.E..
A Alemanha apresentou uma descida de 4 cêntimos na sua Bolsa, mas todas as informações de mercado dão conta de que a descida real foi de 8 cêntimos neste período. As dificuldades na exportação levaram os matadouros alemães a corrigir fortemente o seu preço de compra. Esta forte descida do preço alemão levou por arrastamento à descida do preço na Holanda que também foi de 8 cêntimos, na Bélgica que foi de 6 cêntimos.
A Dinamarca, em que grande parte da sua produção de carne de porco se destina à exportação, acabou por ter o mesmo comportamento que os restantes grandes Países produtores da Europa, e apresentou uma descida de 8 cêntimos.
Apesar destas reduções nos volumes de exportação no final do ano 2011, as exportações da U.E.-27 neste ano bateram records. Assim, em 10 meses do ano 2011, as exportações atingiram a mesma quantidade que em todo o ano de 2010, ou seja, 2,66 milhões de toneladas entre Janeiro e Outubro de 2011 contra os 2,68 milhões tons. em 2010. As quantidades de 10 meses de 2011 superam as quantidades totais exportadas nos anos completos anteriores: 2,38 milhões tons. em 2009 e 2,57 milhões tons em 2008.
Os principais destinos de exportação foram a Rússia que nestes 10 meses importou 710 mil tons (+3% que no mesmo período de 2010), Hong Kong com 461,5 mil tons (+37%), a China com 316 mil tons (+93%), o Japão com 193 mil tons (+3%), a Coreia do Sul com 170 mil tons (+108%), a Bielorússia com 90 mil tons (+58%), as Filipinas com 82 mil tons (+8%), a Ucrânia com 94 mil tons (-18%), a Croácia com 56 mil tons (+9%), os Estados Unidos com 50 mil tons (+3%), Angola com 51 mil tons (+49%), a Austrália com 38 mil tons (-10%) e outros Países perfazendo 351,5 mil tons (+16%). As exportações totais nestes primeiros 10 meses de 2011 apresentam uma subida de 21% em relação ao mesmo período de 2010.
Por outro lado, tal como referi no comentário da quinzena passada, os preços dos porcos na U.E. são bem melhores que os do ano passado. Este foi um ano em que não existiram grandes alterações de preço, sendo de assinalar a grande estabilidade nos mesmos. De todas as formas, os suinicultores do centro-norte da U.E., e pelas informações que nos chegam de Espanha, nem os espanhóis, estão a perder dinheiro.
Em Portugal é o que se sabe. Suinicultores em grandes dificuldades para manterem as explorações abertas e a funcionar, visto que têm grandes dificuldades em ter tesouraria para pagar aos fornecedores. A Europa a duas velocidades.
Estando no final do ano, faço votos para que o 2012 seja bem melhor para a Suinicultura do que foi o ano que agora acaba, porque no que toca ao resto iremos ter um ano bem pior. Oxalá me engane. Me engane eu e todas as previsões para a economia portuguesa para o ano que aí vem.
De todas as formas, quero desejar a todos os meus leitores e suas familias, um Excelente 2012.
