3 de Fevereiro de 2017
Finalmente uma subida na cotação em Portugal. Não que tenha sido de grande monta, mas sempre é melhor subir pouco do que não subir nada.
Nesta quinzena a Bolsa do Porco deu indicação de uma subida de 3 cêntimos. O mercado começa a dar sinais de recuperação, os pesos ainda são um pouco elevados no nosso país, mas começam a ter tendência de descer.
O nível de oferta de porcos será menor daqui para a frente e durante os próximos meses, quer em Portugal quer em toda a U.E. em resultado das reduções de efectivo ocorridas em finais de 2015 e inícios de 2016.
Por outro lado, espera-se que a China retome as suas compras de carne de porco na Europa, que em 2016 (dados até Novembro) atingiram 1736000 ton, a que se juntarmos as compras de Hong Kong (339000 ton), perfaz um total de 2075000 (mais de 2 milhões de toneladas). É obra.
Importante é que o preço dos porcos na China subiu durante o mês de Janeiro e é o dobro do preço na Europa e nos Estados Unidos e este diferencial é o que permite que haja grande esperança na retoma, em grande quantidade, das exportações de carne de porco europeias para aquele gigante asiático.
É essencial para o bom desenrolar do mercado europeu que os chineses venham comprar em força. Além disso, não se sabe o que a nova Administração Trump poderá trazer ao comércio internacional. Se o Presidente norte-americano pensar em colocar sanções económicas/comerciais aos chineses, é bem provável que estes não comprem o meio milhão de toneladas de carne de porco que compraram em 2016 e este mercado ficará “livre”.
Por outro lado, para os nossos vizinhos espanhóis (e restantes países produtores da U.E.), o México também será um mercado apetecível já que os Estados Unidos são os maiores fornecedores de carne de porco aquele país e, se as coisas continuarem pelo caminho que estão a tomar, também é bem provável que haja mais oportunidades de exportação de carne de porco europeia. É esperar para ver.
No mercado do país vizinho, a cotação subiu ligeiramente (+0,017€/kg PV, ou seja, cerca de +0,023€/kg carcaça) fixando-se a cotação em 1,149€/kg PV (1,532€/kg carcaça). Os pesos em Espanha desceram 950g em carcaça nesta quinzena, estando nos 86kg, ou seja, menos 1,2kg do que era o ano passado na mesma altura e apenas mais 300g do que há 2 anos.
Apesar de haver ainda muitos porcos, os matadouros espanhóis procuram esses porcos, não deixando que estes sobrem. Aqui os produtores poderão fazer duas coisas, ou atrasam vendas para não permitir descidas de peso que lhes afecte a rentabilidade ou não vender a novos compradores que lhe apareçam. Boas notícias, portanto.
Em toda a Europa a venda da carne é fluida e não há grandes atrasos na sua saída, apenas com o problema de algumas peças não serem vendidas pelo preço que se quer.
Na Alemanha a cotação teve uma subida de 0,05€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,57€/kg carcaça. Os pesos mantiveram-se em 96,4kg carcaça. Os porcos estão bastante procurados e, por isso, os produtores fizeram pressão para que a cotação subisse. Pelo seu lado, os matadouros, por terem dificuldades em fazer repercutir na carne a subida da cotação dos porcos, ameaçaram com o não acompanhar da subida, tendo os maiores matadouros cumprido essa ameaça.
Na Holanda a cotação desceu 0,05€/kg carcaça, ficando-se em 1,53€/kg carcaça. Na Bélgica, a cotação subiu 0,02€ kg PV sendo de 1,07€/kg PV.
A Dinamarca manteve a sua cotação em 1,34€/kg carcaça. Os dinamarqueses referem que o mercado está calmo e sem grandes oscilações, quer de preços quer de procura de carne.
Em França a cotação subiu 0,017€/kg carcaça fixando-se em 1,34€/kg carcaça. Os pesos mantiveram-se nos 94,9kg de carcaça (menos 600 g que na mesma semana de 2016). A procura de porcos por parte dos matadouros é grande o que permite uma boa fluidez no mercado.