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Gripe humana norte-americana

Trata-de de um virus com material genético de virus suínos, humanos e aviares que demostrou a capacidade inusual de que o referido virus se transmita entre pessoas

No artigo "Gripe suína: epidemiologia e aparecimento de novos virus", descreveu-se o aparecimento de estirpes do virus da gripe suína e demostrou-se de que modo se podiam incorporar segmentos genéticos nos virus suínos de outras estirpes humanas e aviares (mudança antigénica). Além do mais, pode-se produzir a transmissão entre espécies e vírus concretos podem mostrar mutações e alterações (deriva antigénica).

Se isto se pode produzir em direcção ao porco, não há motivo para supor que os segmentos genéticos dos virus da gripe suína e a gripe aviar não possam formar reasortantes com virus humanos e provocar a doença na população humana. Se crê que foi isto que sucedeu em 1918 quando a "gripe espanhola" matou muitas pessoas. Provavelmente tratava-se de um virus aviar que se introduziu na população suína e humana nos Estados Unidos e logo se propagou para a Europa. A ameaça de uma pandemia semelhante é o que tem preocupado os epidemiólogos nos últimos tempos.

Na última semana de Abril produziram-se notificações do surto de gripe em pessoas no México para começar e logo seguido de casos nos Estados Unidos com a sua posterior propagação por meio dos passageiros de avião para outros países.

Desde o dia 28 de Abril já apareceram mais de 2500 casos no México com mais de 150 mortos e nos EUA há informação de 6 Estados ainda que até agora não se registaram mortes. O vírus está confirmado em 4 países: México, EUA, Espanha e Canadá. Desde o ponto de vista epidemiológico, isto é bastante interessante: por quê o vírus teria que provocar mortes num país e não no outro? Atenua-se talvez quando viaja?


Isto não é uma gripe suína tal como a conhecemos

Portanto é melhor chamar-lhe gripe norte-americana

Trata-de de um virus com material genético de virus suínos, humanos e aviares que demostrou a capacidade inusual de que o referido virus se transmita entre pessoas. O virus parece ter 2 de 8 segmentos genéricos derivados de virus suínos procedentes de Eurásia. Os genes NA e da matriz do novo virus não se tinham visto antes em pessoas nem em porcos

Até ao momento o virus não se encontrou em porcos e portanto não se pode encontrar na carne de porco nem em produtos derivados do porco

Até à data nos EUA não há evidência de nenhum contacto com porcos

Todas as evidências até agora indicam que o virus só se transmite de pessoa para pessoa

O controle desta doença na população humana é praticamente impossível já que o método de transmissão é o contacto entre pessoas. As máscaras é pouco provável que detenham a passagem dos viriões devido ao seu pequeno tamanho. O único que funcionará é manter-se afastado dos focos de infecção, ou seja, dos próprios seres humanos. (Relembremo-nos que nos últimos 50 anos só houve 50 casos demonstrados de infecção por gripe suína em humanos na Europa). O vírus não estará presente na carne de porco, mas em qualquer caso, a cozedura a 70 graus evitará os riscos microbiológicos na carne.

Precauções nas explorações

Pode ser importante a protecção das explorações suínas já que não sabemos por agora se os porcos podem chegar a infectar-se. Portanto, é essencial tomar as precauções habituais para proteger a sua exploração.

  • Alto nível de biosegurança, especialmente no que diz respeito às entradas de animais
  • Quarentena com isolamento por um período de tempo significativo
  • Dissuadir os visitantes
  • Fomentar altos níveis de limpeza e desinfecção e de higiene pessoal
  • Vigiar todos os aspectos da doença para detectar qualquer nova manifestação de doença clínica
  • A fonte mais provável de qualquer tipo de infecção para uma exploração suína que não seja a de outros porcos e de pessoas são os pássaros: evitar que entrem nos edifícios
  • Todo aquele que se fique doente com sintomas respiratórios deve TELEFONAR para o seu médico, não infectar o seu consultório.

O diagnóstico de doenças respiratórias em explorações suínas deve seguir os protocolos normais, mas se se observam sintomas pouco habituais é imprescindível recolher as amostras correctas no exame pós-mortem. Estas devem incluír esfregaços nasales num penso sintético em meio de transporte adequado, líquidos de lavagem, tecido pulmonar fresco e tecidos fixados em formol. Segundo a nossa experiência no Reino Unido, a recolha de material da traqueia é provavelmente o mais útil para estabelecer um diagnóstico e os posteriores passos a seguir.

Stan Done. Veterinary Laboratories Agency. Reino Unido

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