15 de Março de 2013
A primeira quinzena de Março foi caracterizada por uma ligeiríssima subida de pouco mais de meio cêntimo na cotação dos porcos em Portugal, ou seja, no mercado não houve alteração de cotação o que demonstra que existe vontade de subida por parte dos suinicultores e vontade de manter por parte dos matadouros.
Menos oferta porcos no mercado permite que os produtores queiram vendê-los mais caros, mas alguma dificuldade na venda da carne e a pressão por parte da distribuição na compra de carne por preços baixos, implica que os matadouros tenham dificuldade em responder de uma forma positiva aos produtores.
Aproximando-se a Páscoa os consumos também se reduzem, e este ano o Domingo de Páscoa é no último Domingo do mês, por isso deveremos ter um mês de Março calmo no que diz respeito às variações da cotação dos porcos até porque Fevereiro 2013 teve as cotações mais elevadas deste mês nos últimos anos, o que é um sinal muito positivo para o resto do ano, mesmo tendo em consideração o elevado custo de produção e todos os custos envolvidos com a adaptação das explorações às normas de bem-estar.
Após um mês (Fevereiro) em que a subida da cotação foi forte, Março será ser um mês de estabilidade para aquilo que se prevê serem subidas de cotação a partir de Abril.
Em Lérida a cotação também subiu menos de 1 cêntimo esta quizena. O mercado espanhol vê-se confrontado com pesos baixos dos porcos mas dificuldade na valorização da carne o que é um factor comum em toda a Europa mas, por outro lado, o mercado espanhol está bastante expectante quanto à proibição imposta pela Rússia às importações de toda a carne de porco dos Estados Unidos e de carne de porco refrigerada oriunda da Alemanha, já que os espanhóis esperam que a Rússia se volte para o nosso vizinho para comprar parte da carne necessária para abastecer o seu mercado (outro dos países preferenciais a quem a Rússia deverá comprar carne será o Brasil).
Veremos se este facto se confirma e que implicações positivas poderá ter no mercado português.
Se por um lado as possíveis vendas de carne da Espanha para a Rússia poderão ser positivas, por outro lado a Alemanha terá que colocar no mercado interno da UE a carne que não vender para o Leste e por isso, este deverá ser um factor negativo para o mercado interno da União Europeia.
Neste quinzena o mercado alemão manteve as suas cotações e os consumos de carne apesar de ter aparecido um novo escândalo relacionado com o aparecimento de aflatoxinas em rações.
A Alemanha espera que a cotação dos porcos possa subir alguma coisa com a aproximação da Páscoa (o mercado alemão funciona antagonicamente aos mercados do Sul da U.E. no que se refere aos consumos
pascais).
Os mercados da Bélgica e da Holanda, fortemente influenciados pelo comportamento da Alemanha, também mantiveram as suas cotações nesta quinzena.
A Dinamarca baixou 0,02€/kg carcaça esta quinzena o que demonstra que há bastante equilibrio no mercado interno da U.E. apenas havendo alguma dificuldade nas exportações para Países Terceiros.
Em França, os porcos subiram apenas 0,02€/kg carcaça, ou seja, mercado estável sem dúvida. O MPB refere que os pesos de carcaça desceram 1,4kg desde início do ano o que é sintomático da menor de oferta de porcos para abate naquele país.
Aproxima-se a Semana Santa numa época em que foi eleito um novo Papa. Após a eleição do Papa sai fumo branco da chaminé da Capela Sistina. Veremos se há fumo branco no mercado Europeu do porco o que seria um bom sinal para as cotações.