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Haverá necessidade de continuar a descida dos porcos?

Os porcos voltaram a descer, ainda que ligeiramente, nesta primeira quinzena de Novembro. O total da descida ocorrida na Bolsa do Porco foi de 0,033€/kg carcaça.

17 de Novembro de 2017

Os porcos voltaram a descer, ainda que ligeiramente, nesta primeira quinzena de Novembro. O total da descida ocorrida na Bolsa do Porco foi de 0,033€/kg carcaça. Tal como referia no meu comentário anterior, as cotações baixam mas de uma forma cada vez menos acentuada, o que dá indicações de que se caminha para atingir o equilíbrio entre a oferta e a procura de porcos, apesar dos pesos continuarem a subir por todo o lado.

De todas as maneiras, muitos dos agentes de mercado (sejam nacionais sejam europeus) acabem por não entender o porquê destas últimas descidas, principalmente nos países do Sul da Europa – leia-se Espanha - pois os mercados dos Norte – leia-se, principalmente, Alemanha – têm apresentado manutenções da cotação dos porcos.

A tentativa espanhola para ganhar mais mercado na China tem feito com que haja descidas mais acentuadas nas cotações e estas influenciam negativamente a cotação portuguesa.

Em Portugal, a cotação a que os produtores recebem os porcos, se não for a mais baixa, será uma das mais baixas da Europa. Neste momento os porcos são pagos a cerca de 1,25€ e deste valor para baixo. Se considerarmos que na Alemanha as cotações são de 1,45€/kg carcaça e que em Espanha são de 1,038€/kg PV (cerca de 1,384€/kg carcaça) então Portugal terá mesmo a cotação mais baixa da Europa, num país altamente deficitário e com custos de produção dos mais altos de toda a U.E.

O que vale é que as matérias-primas estão com preços relativamente aceitáveis (e as perspectivas de mercados futuros é para que assim se mantenham) o que permite que haja um custo alimentar bom e isso implica um bom custo de produção.

Em todo o caso, e se analisarmos a média das cotações europeias até final de Outubro, e apesar de já começarem a reflectir as fortes descidas de Agosto, Setembro e Outubro, estas mantêm-se acima da média das cotações do ano 2016. O preço médio na Alemanha é superior 12,1%, na Holanda 15,35%, na Dinamarca 11,9%, na França 9,3% e em Espanha 15,1%.

Começa a haver alguma estabilidade nas cotações europeias, já que aumentam as vendas de carne, quer internamente quer para exportação

Em Espanha a cotação baixou 0,037€/kg PV (cerca de 0,049€/kg carcaça), fixando-se a cotação em 1,038€/kg PV (1,384€/kg carcaça). Os pesos subiram mais 500g e estão nos 87,2kg carcaça, o que representa mais 3kg do que há 1 anos e mais 2kg do que há 2 anos. Os espanhóis têm preço mais competitivo que os alemães, os holandeses, os belgas e os franceses e está ao nível dos dinamarqueses, o que deveria levar os matadouros a abater mais porcos e para congelar carne. Em todo o caso, os matadouros crêem que o preço ainda poderá descer mais alguns cêntimos e esperam por essa descida para aumentarem os abates e stockar carne.

Na Alemanha a cotação manteve-se em 1,45€/kg carcaça. O peso em carcaça subiu 300g para os 97kg carcaça. O mercado alemão parece estar um pouco mais relaxado, apesar dos pesos elevados, visto que os matadouros estão a abater quase no limite das suas possibilidades o que é um sinal de aumento da procura de carne por parte dos transformadores e devido às promoções no preço de venda da carne ao consumidor.

Na Holanda a cotação baixou 0,05€/kg carcaça para 1,45€/kg carcaça e na Bélgica a cotação manteve-se em 0,99€/kg PV. No mercado holandês a oferta de porcos estabilizou-se e isso permitiu que houvesse estabilização das cotações.

A Dinamarca manteve a sua cotação em 1,29€/kg carcaça.

A França desceu a sua cotação 0,015€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,180€/kg carcaça. Os pesos subiram 900g para os 96kg carcaça. Depois do dia 1 de Novembro, os abates estão em bom ritmo e isso dá uma boa perspectiva relativamente à recuperação dos pesos (descida dos mesmos, leia-se) e à manutenção e possível subida das cotações em França.

A pouco e pouco, o mercado do porco começa a estabilizar-se. Veremos se estas pequenas descidas, que estão a ocorrer em Espanha, param para que o mercado comece a tomar um pouco de ar. Veremos o que nos reservam as próximas semanas completas de abate.

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