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Interesse na inclusão de farinha de insectos na alimentação dos leitões

Todos os sectores da pecuária procuram reduzir as importações de matérias-primas proteicas. As farinhas de insectos pertencem à categoria das fontes de proteínas concentradas, mas as suas características nutricionais estão mal documentadas e as tentativas de as incorporar nos alimentos para suínos foram objecto de poucas publicações.

5 Agosto 2024
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Um ensaio conduzido pelo IFIP propôs-se avaliar as possibilidades de incluir concentrados proteicos secos e desengordurados de larvas de Tenebrio molitor em alimentos pós-desmame. Esta farinha de insectos caracteriza-se por um teor proteico de 75%, um teor de lisina de 41 g/kg e um teor de gordura de 10% no produto bruto. O perfil de aminoácidos é interessante em treonina, triptofano e valina, mas deficiente em metionina e cistina.

A introdução de farinha de insectos na dieta de leitões pós-desmame foi testada com 260 animais desmamados com 4 semanas de idade e distribuídos por 4 tratamentos (Tabela1). Cada tratamento consistiu numa ração da 1ª idade distribuída durante as 2 semanas após o desmame e numa ração da 2ª idade distribuída durante as 4 semanas seguintes. A farinha de insectos foi introduzida a 0, 3, 6 e 9% na ração da primeira idade e depois a 0, 4, 8 e 12% na ração da segunda idade, respectivamente, para os tratamentos Controlo, Baixo, Médio e Alto. A farinha de insectos foi incorporada em vez de fontes de soja.

Tabela 1. Quatro tratamentos (controlo, baixo, médio, alto) com taxa de introdução crescente de concentrados proteicos secos e desengordurados ​​de larvas de Tenebrio.

(% concentrado proteico de larvas) Controlo Baixo Médio Alto
1º idade 0 3 6 9
2ª idade 0 4 8 12

Os rendimentos zootécnicos foram idênticos durante todo o período pós-desmame (Tabela 2). A incorporação de farinha de insectos não colocou problemas de consumo ou de crescimento, mesmo nas doses mais elevadas. Os valores nutricionais da farinha de insectos utilizada foram estimados a partir de medições in vitro e de dados bibliográficos. É possível uma ligeira sobrestimação do teor energético, dada a diferença numérica observada na taxa de consumo.

Tabela 2. Rendimentos zootécnicos segundo tratamento.

Controlo Baixo Médio Alto
Periodo primeira idade (4 a 6 semanas de vida)
GMD, g/d 175 187 179 185
IC, kg/kg 1,55 1,44 1,49 1,46
Peso, kg 11,48 11,62 11,54 11,64
Periodo segunda idade (6 a 10 semanas de vida)
GMD, g/d 671 672 679 669
IC, kg/kg 1,49a 1,51ab 1,55b 1,56b
Peso, kg 30,28 30,36 30,55 30,37
Periodo total (4 a 10 semanas)
GMD, g/d 506 509 512 508
IC, kg/kg 1,50 1,50 1,55 1,54

Por outro lado, a adição de farinha de insectos levou a uma melhoria favorável da consistência fecal. A proporção de fezes contendo menos de 20% de matéria seca foi de 35% para o tratamento de Controlo, 15% para os tratamentos Baixo e Médio e 0% para o tratamento Alto.

Distribuição dos teores de matéria seca (%) das fezes de acordo com o tratamento

Distribuição dos teores de matéria seca (%) das fezes de acordo com o tratamento

Este estudo fornece uma atualização sobre a utilização desta matéria-prima recentemente disponível para a alimentação animal, neste caso particular para a alimentação de leitões. Os resultados mostram que esta matéria-prima pode ser utilizada sem dificuldade; neste caso, foram testadas elevadas taxas de inclusão.

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