O mercado está a fazer uma pausa para o Natal e o Ano Novo, como as marmotas em hibernação. Em França as cooperativas estão fechadas para as festas, os executivos dos fundos e das multinacionais estão mais à espera das férias e das viagens para estar com a família que dos mercados…. Definitivamente, até ao Dia de Reis parece que vão haver poucas novidades no mercado, a não ser que aconteça alguma coisa em “grande” e esperemos que não.
O mercado em geral nestes dias não faz nenhum movimento importante, parece que sobe um pouco o preço do trigo (finalmente a Rússia cumpriu a ameaça de aumentar os impostos à exportação) ou do milho. Ainda que, ao estar numa época com dificuldades logísticas evidentes, logo vemos, em Janeiro, como é que se recolocam os preços. Quanto à soja, pela enésima vez, baixou um pouco mas, nem pouco mais ou menos, o esperado. O efeito colheita (a grande colheita nos E.U.A.) teve menos progressão em baixa devido aos problemas logísticos e à grande procura mundial. Em resumo a soja deu-nos uma pequena alegria a meados de Dezembro, situando-se à volta de 383 €/Tm aproximadamente, para a soja de 47%, para voltar a cotar-se a 408 €/Tm ao fim de duas semanas. Como sempre as descidas duram pouco! O pior é que agora devemos esperar até Fevereiro ou Março para ver se a pressão da colheita no hemisfério Sul (Brasil e Argentina basicamente) conseguem moderar os preços, já que por agora a colheita parece que vai ser excelente.
Previsões para o início de 2015
Aproveitando que este mês não está muito mexido para o pormenorizar mais, vamos tentar ver o que é que pode acontecer nos primeiros meses de 2015.
O ano começa com preços muito mais baratos que o ano passado (incluindo a soja) mas não compensarão de maneira nenhuma a diferença de preços dos produtos acabados (o porco, os ovos ou o frango), portanto parece que estamos perante uns meses não de todo fáceis para o sector. Por outro lado, o milho continuará ser o produto estrela, já que vai continuar a contar com oferta abundante e, comparativamente, o preço é muito mais interessante que o dos outros cereais. O trigo, apesar das grandes colheitas obtidas, está nas mãos dos agricultores e operadores do mercado com dinheiro suficiente para financiar os stocks, assim continuam por cima e esperam para ver como se apresenta a colheita que vem para tomar decisões, mas conseguiram que os preços retomem. Assim que, pelo menos até ao mês de Fevereiro/Março, momento em que se comprovará com a nova colheita, não veremos aumentar a oferta no mercado (isto se a colheita se apresentar abundante). Um factor a ser tido em conta é que actualmente, com o consumo de milho e de outros cereais como o triticale ou o sorgo, o espaço do trigo foi consideravelmente reduzido e o da cevada é, em muitos casos, inexistente.
Em resumo, terá que se esperar até Fevereiro ou Março para tomar decisões a longo prazo tanto nos cereais como na soja. Ainda que se o mercado apresentasse antes alguma oportunidade de compras de milho a longo prazo (por exemplo neste último mês foram ouvidas cotações de milho para posições Junho / Setembro ou Junho / Dezembro entre 173-175 €/Tm), ela devia ser tida em conta.
Por último, desejos de um Feliz e Próspero Ano Novo a todos!!
31 de Dezembro de 2015