13 de Fevereiro de 2015
A cotação dos porcos em Portugal subiu na primeira quinzena de Fevereiro. A Bolsa do Porco deu indicação de subida de 0,05€/kg carcaça o que é um bom sinal para o mercado. E além de bom sinal, serve de algum alívios aos suinicultores que tão necessitados estão de aumentar o seu preço de venda para começar a reduzir perdas.
Mercado equilibrado entre a oferta de porcos e a sua procura por parte dos matadouros e, a pouco e pouco, vão descendo os pesos dos porcos. Mercado relativamente fluido, portanto.
Os produtores necessitam que os porcos subam mais mas aquilo que se continua a ver são promoções atrás de promoções nos supermercados, a preços bastante baixos. Ora, se os preços da carne são baixos, dificilmente haverá aceitação, por parte dos matadouros, de uma subida mais forte nas cotações. A não ser que o mercado externo obrigue a essa subida, com as subidas nas cotações do porco nos restantes países Europeus e, particularmente, em Espanha.
Com a perspectiva de poderem ser retomadas as exportações para a Rússia, por parte de alguns países da U.E. que obtiveram um princípio de acordo bilateral com o Governo russo durante a “Semana Verde” de Berlim, as cotações na Europa subiram e, como é habitual, como houve subida em Espanha o mercado português também acompanhou essa mesma subida.
Contudo, a possibilidade de exportação para a Rússia foi “sol de pouca dura” já que na reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros da U.E., e tendo em consideração o recrudescer da Guerra na Ucrânia, foi decidido manter as sanções económicas contra aquele País. “Travão às 4 rodas” no possível envio de produtos de porco para a Rússia e maior contenção na subida das cotações desde então.
Nesta quinzena, a cotação em Espanha subiu 0,029€/kg PV, cerca de 0,038€/kg carcaça. A cotação está nos 1,049€/kg PV, ou seja, aproximadamente 1,398€/kg carcaça. Os pesos, apesar de continuarem a ser elevados, começaram a baixar o que é sinal que começam a fluir os porcos atrasados do período das Festas.
A Alemanha subiu, com algum significado, a sua cotação (+0,07€/kg carcaça) fixando-se a cotação nos 1,35€/kg carcaça. Os alemães estão a abater cerca de 1 milhão de porcos por semana mas mesmo assim os pesos, que já de si são elevados, têm baixado muito pouco.
Nesta quinzena a Holanda e a Bélgica também subiram as suas cotações. A cotação da Holanda subiu 0,07€/kg carcaça fixando-se em 1,28€/kg carcaça e a da Bélgica subiu 0,04€/kg PV fixando-se em 0,93€/kg PV.
A Dinamarca, após a descida da quinzena anterior (-0,04€), também subiu. A subida foi de 0,03€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,16€/kg carcaça. Lenta recuperação das vendas dinamarquesas permite ir subindo as cotações.
A França, já no final da quinzena e após manutenção dos preços, subiu a sua cotação. Nesta quinzena a subida foi de 0,049€/kg carcaça ficando a cotação em 1,138€/kg carcaça. Os abates aumentaram, sendo esta quinzena a segunda maior em número de porcos abatidos desde o início do ano e a oferta reduziu-se, que a juntar à subida alemã teve como resultado a subida em França. As notícias não são de todo más, mas os produtores franceses desesperam com os preços baixos e manifestaram-se pedindo uma subida de 0,30€ no preço dos porcos para que possam deixar de perder dinheiro.
Tal como referi no meu comentário anterior, a desvalorização do euro face ao dólar torna as exportações de carne de porco europeias (e não só) mais competitivas nos mercados internacionais em comparação com as norte-americanas e brasileiras. De qualquer maneira, os preços de base nestes dois países também já desceram pois esperam-se aumentos de produção de carne de porco, que na U.E. quer nos Estados Unidos, durante este ano e quem conseguir ganhar primeiro o mercado ficará melhor posicionado para vender a sua carne na altura em que aumentar a produção.
Para as próximas semanas prevê-se que haja condições para as cotações continuarem a aumentar ligeiramente. Veremos se assim é.