Experiências práticas de maneio da alimentação de porcas alojadas em grupos: sistemas com controlo individual (II)

Estação electrónica de alimentação

Jordi Ventura

É um sistema mais exigente para as porcas mas principalmente para o produtor. No entanto, em troca, dá-nos a possibilidade de controlar a alimentação (o factor de custo mais determinante) de forma individualizada, precisa e cómoda.

No que respeita aos animais, na última fase da recría as porcas jovens que ser treinadas a entrar na máquina para comer. Não é difícil e aprendem para toda a vida. O treino mais exigente é o das porcas multíparas de uma exploração existente quando decidimos retirar as jaulas e introduzir as máquinas.

Já dentro do grupo, não existe concorrência para que cada porca coma a sua ração, mas sim para aceder à máquina. A hierarquia acaba por determinar a ordem de entrada e por conseguinte é prudente não forçar o número de animais atribuídos a cada máquina. Tenha em conta que os gupos estáticos conferem estabilidade hierárquica e que, em grupos dinâmicos, o aumento do tamanho do grupo diminui o efeito da hierarquia (respeitando o número de porcas por máquina).

Quando fazemos o projecto da instalação é fundamental delimitar bem as áreas de descanso das de trânsito. Tipos de solo, separações e um bom desenho da ventilação asseguram-nos que as áreas de descanso permaneçam limpas. A área de descanso dividida em diferentes “nichos” permite que as porcas mais medrosas evitem as dominantes. As medidas de uma nave pré-existente a adaptar (naves estreitas) podem condicionar um bom desenho.

O produtor é quem mais precisa de mudar o sistema de trabalho. Verificar que todas as porcas comeram nas listagens do computador. Identificar aquelas que não comem no parque. Entrar com certa frequência a “observar” os animais (verificar claudicações e condição corporal). Ajustar os parâmetros e os cuidados de manutenção do sistema.

Se formos capazes de cumprir com as suas exigências, a máquina torna-se numa ferramenta poderosíssima para gerir corretamente a condição corporal das porcas com o mínimo consumo de ração. Também estou convencido que às actuais vantagens se vão juntar outras no futuro (controlo de peso e/ou da espessura de gordura dorsal da porca durante a gestação e correção automática da sua curva, ecografía automática das porcas na máquina, etc.).

Sara Ruiz

As estações electrónicas de alimentação são sistemas de alimentação regulados através de uma máquina electrónica ligado a um sistema informático. Os animais entram no comedouro electrónico onde são identificados pelo chip electrónico que cada porca tem no brinco, e a correspondente ração cai em função do peso e fase da gestação.

No comedouro electrónico a porca está protegida de outras porcas enquanto come. Uma estação pode fornecer até 50 nulíparas ou 70 porcas adultas, de acordo com as recomendações do fabricante.

Uma estação de alimentação pode executar várias funções, entre elas: alimentação individual e programável num PC, controlo do peso corporal, marcação das porcas com spray de diferentes cores para controlo (vacinação, transferência para as salas de partos, retornos em cio, etc.).

Este sistema permite trabalhar com grupos estáticos (uma máquina electrónica por lote) ou com grupos dinâmicos de alimentação (um conjunto de máquinas para vários lotes).

Quando se trabalha com sistemas em lotes dinâmicos não se recomenda grupos superiores a 400 animais e é aconselhável dispor de locais de deteção de cio.

Uma vez que a porca tem um chip, em qualquer momento podemos consultar toda a informação que armazena, in situ ou no computador. Deve-se destacar a importância que tem dispor de pessoal especializado. De nada serve instalar um sistema muito sofisticado que me permita dispor de uma grande quantidade de informação, se não a vou saber interpretar.

As vantagens e desvantagens deste sistema de alimentação encontram-se resumidos na tabela seguinte: