Uma vez que as vacinas estejam no interior da exploração, temos de ter um frigorífico para elas, que mantenha sempre a temperatura correcta.
Antes de mais, é importante recordar que a temperatura deve estar sempre entre 4 e 8 ºC. Variações de temperatura superiores a 6ºC podem danificar as vacinas.
A LOCALIZAÇÃO das vacinas no interior do frigorífico também deve ser adequada:
- deve haver uma separação de 3 cm entre a vacina e a parede para evitar a congelação;
- se as vacinas forem armazenadas fora da caixa, deve haver uma distância de 2 cm entre elas para permitir a circulação do ar;
- as vacinas não devem ser colocadas na porta do frigorífico, uma vez que a temperatura aí é mais instável;
- não guardar as vacinas num recipiente de plástico, pois isso não permitirá a circulação de ar à sua volta;
- é aconselhável colocar as vacinas de forma a que se possa ver rapidamente a data de validade, para que se possa utilizar sempre primeiro as mais antigas, e as vacinas novas devem ser colocadas na parte de trás e as mais antigas na parte da frente;
- o frigorífico não deve estar sobrecarregado.
O FRIGORÍFICO TEM QUE SER EXCLUSIVO PARA AS VACINAS! Não devem ser armazenados quaisquer outros medicamentos ou consumíveis da exploração e, obviamente, não devem ser guardados alimentos ou bebidas.
O CONTROLO TÉRMICO das vacinas deve funcionar perfeitamente:
- A TEMPERATURA DE CONSERVAÇÃO DESEJADA DEVE SER DE 5ºC;
- o intervalo de temperatura deve situar-se sempre entre 4 e 8ºC, é muito importante que nunca desça abaixo dos 4ºC;
- deve estar sempre dentro do frigorífico um termómetro especial de máxima e mínima para vacinas e é importante manter um registo diário destas temperaturas;
- o sensor deste termómetro deve estar localizado na parte central do frigorífico, onde as vacinas são guardadas;
- se não dispusermos de um termómetro com sonda, podemos utilizar um termómetro de máxima e mínima colocado na parte central do frigorífico, o problema é que temos de abrir a porta para verificar a temperatura, pelo que temos de o fazer rapidamente para evitar perder o frio;
- não abrir a porta do frigorífico a menos que seja necessário, pois isso provoca variações de temperatura;
- se tivermos um frigorífico grande, é aconselhável colocar garrafas de água por baixo para que a temperatura desejada seja atingida mais rapidamente quando o frigorífico estiver fechado, as vacinas não devem entrar em contacto com estas garrafas;
- é importante ter sacos de gelo de reserva noutro congelador para o caso de o frigorífico principal avariar;
- em caso de avaria do frigorífico principal, NÃO DEVEMOS abri-lo enquanto não tivermos todo o sistema de contingência instalado.
Para que tudo isto seja bem sucedido, é necessário fazer uma MANUTENÇÃO rigorosa dos frigoríficos de armazenamento e das zonas de armazenamento que nos permita:
- uma manutenção anual exaustiva que verifique os filtros e o compressor do frigorífico;
- dispor de um sistema de emergência que nos avise em caso de problemas com a manutenção da temperatura correcta;
- um protocolo de limpeza do frigorífico que nos permita mantê-lo livre de contaminação, mas também permita limpá-lo no mais curto espaço de tempo possível, para evitar alterações na temperatura de conservação das vacinas;
- um protocolo completo de controlo de pragas que mantenha as áreas de armazenamento completamente livres de possíveis contaminações cruzadas.
Para além da manutenção, o controlo rigoroso da rastreabilidade é fundamental na utilização das vacinas. Para tal, é necessário:
- ter uma ficha de controlo de stock de vacinas na exploração;
- marcar os lotes que chegam com todas as suas informações;
- marcar as datas de validade desses lotes;
- marcar o destino onde as vacinas foram utilizadas e exatamente quantas delas foram utilizadas, com os respectivos lotes.
Se finalmente, depois de todo este controlo, nos restar algum frasco aberto de vacina por já termos completado o nosso lote, NUNCA o devemos guardar e devolvê-lo ao frigorífico de conservação, pois as suas propriedades podem ter sido alteradas.