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Manutenção da cotação é o prenúncio da subida

Em Portugal a cotação dos porcos, na Bolsa do Porco, manteve-se nesta segunda quinzena do mês de Janeiro.

2 de Fevereiro de 2018

Por toda a Europa os sinais transmitidos pelo mercado é de que, neste momento, os matadouros fazem alguma pressão para que as cotações não subam. Os produtores, fartos de terem preços baixos e, tendo em consideração que a oferta de porcos começa a ser menor, pressionam para que as cotações subam. Os matadouros entendem que, apesar dos pesos terem baixado alguma coisa, continuam num patamar bastante elevado, em valores record e que as vendas de carne, quer para exportação quer para consumo interno, continuam sem “arrancar”. E é neste impasse que se encontra o mercado europeu actualmente.

Os pesos começaram a descer, há procura de porcos por parte dos matadouros que os abatem para vender a carne em fresco ou mesmo para congelar, já que a indústria também tem a sensação de que, a partir de agora, a tendência dos preços é de subida e para congelar é melhor fazê-lo enquanto o preço do porco está no seu ponto mais baixo.

Em Portugal a cotação dos porcos, na Bolsa do Porco, manteve-se nesta segunda quinzena do mês de Janeiro. Os pesos baixam paulatinamente, sendo este um sinal de que, a pouco e pouco, o mercado se encaminha para o equilíbrio.

Em Espanha a cotação desceu 0,012€/kg PV (-0,016€/kg carcaça) fixando-se a cotação em 0,995€/kg PV (1,326€/kg carcaça) nesta quinzena. Os pesos têm baixado com algum significado, mas ainda se encontram 2,5kg acima dos pesos na mesma semana de 2017. A continuar neste ritmo, a oferta irá reduzir-se com a consequente tendência de subida das cotações.

A Alemanha baixou a sua cotação no início da quinzena em 0,07€/kg carcaça, fixando-se em 1,30€/kg. Mas a partir daí, as cotações mantiveram-se no resto do mês. este ajustamento foi pressionado pelos matadouros que dispunham de oferta em grande abundância e com peso muito elevado. A partir do final da 3 semana do ano, os pesos começaram a baixar e o ritmo de abate tem ultrapassado 1 milhão de animais por semana. Neste momento os pesos estão nos 96,8kg carcaça, tendo já baixado cerca de 500g. A AMI refere que o mercado se encontra equilibrado entre a oferta e a procura de porcos. Quanto às vendas de carne, estas andam a um ritmo mais lento.

Em todo o caso, paira uma inquietação sobre a Alemanha. A Peste Suína Africana (PSA) encontra-se a menos de 500km da fronteira e há bastante receio de que, através da movimentação de javalis, possam começar a aparecer focos de peste neste tipo de animais em território germânico. Esta situação tem obviado a que os matadouros abatam mais porcos com o intuito de congelar a carne porque, caso apareça algum foco de peste, os matadouros não a poderão vender para mercados exteriores à Alemanha e ninguém congela com medo de que a carne fique nas câmaras de congelação daqui por uns meses.

A Holanda baixou a sua cotação 0,08€/kg carcaça fixando-se esta em 1,30€/kg carcaça e a Bélgica também baixou, sendo a descida de 0,06€/kg PV fixando-se a cotação em 0,86€/kg PV. A Holanda tem muita oferta de porcos para abate, provavelmente porque não os está a vender para a Alemanha e apesar desta estar a reduzir-se, os matadouros continuam a entender que ela ainda é demasiada. Na

A Dinamarca também acompanhou o comportamento do mercado alemão e desceu a sua cotação 0,07€/kg carcaça, passando a ser 1,14€/kg carcaça. Os dinamarqueses referem que o mercado voltou a recuperar a calma, após as agitadas primeiras semanas do ano. A oferta começa a reduzir-se lentamente, o que conjugado com um lento retomar das vendas, ajuda toda a fileira. As vendas para Países Terceiros são estáveis para a China e o Japão.

A França desceu 0,02€/kg carcaça a sua cotação nesta segunda quinzena do ano tendo-se fixado em 1,102€/kg carcaça. Os pesos baixaram 400g para os 96,1kg carcaça. Apesar disso, estes encontram-se 1,15kg acima dos pesos da mesma semana de 2017. O mercado francês encontrou alguma relativa estabilidade apesar de haver alguma redução nos abates na segunda metade do mês. Com efeito, as vendas de carne de porco são superiores nas duas primeiras semanas do ano devido às promoções das grandes superfícies. Por outro lado, os matadouros estão a congelar alguma carne o que acaba por transmitir alguma fluidez ao mercado francês.

Chegados aqui, estamos num impasse entre a manutenção das cotações e a sua iminente subida. Esperemos que seja a subida a que vingue pois, todos os dados apontam para essa circunstância.

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