A dosagem de um medicamento deve ser calculada de modo a atingir os níveis plasmáticos necessários para que o efeito terapêutico ocorra. Esta dose terapêutica ou efectiva situa-se entre a dose mínima eficaz e a dose terapêutica máxima. Ao medicar a água, as doses devem ser repetidas com um intervalo de tempo que evite que as concentrações plasmáticas desçam abaixo da concentração mínima eficaz e não excedam a concentração tóxica.

As concentrações plasmáticas podem ser inferiores à concentração mínima eficaz por várias razões: erro no cálculo da dose necessária, características intrínsecas do produto comercial (por exemplo, o produto é pouco solúvel e precipita), falta de conhecimento do sistema de medicação, etc. Mas o mais frequente é o facto de o consumo de água estimado para calcular a mediação a realizar não corresponder à realidade. Esta é a principal causa de dosagem subterapêutica.


As razões para o baixo consumo podem ser muito variadas. As que são uma consequência da instalação estão resumidas no quadro seguinte:
Localização | Problema | Consequências |
---|---|---|
Poço | Contaminação por chorumes | ↓ Palatabilidade, ↓ brusca de consumo e rendimento |
Contaminação bacteriana | ↓ Crónica do rendimento | |
Contaminação por algas | Obstrucção, ↓ caudal, ↓ pressão | |
Sedimentação (areia, etc.) | Obstrucção, ↓ caudal, ↓ pressão | |
Aumento concentração sal | ↓ Palatabilidade e possível intoxicação | |
Filtro | Sedimentos na linha | Obstrucção, ↓ caudal, ↓ pressão |
Ausência de filtro | ↑↑Obstrucção, ↓↓ disponibilidade H2O | |
Variações de pressão | Variações de caudal e disponibilidade | |
Escassez de água | ↓ Caudal e possível intoxicação por sal | |
Depósito | Tampa inadequada/ausência | Contaminação e obstrucção, ↓ consumo e rendimento |
Contaminação por bolor | Possível ↓ do rendimento | |
Antibiótico em boia | Obstrucções e resíduos na carne | |
Problemas válvula/boia | Diluição da dose de medicação | |
Bloqueio válvula/boia | Escassez de H2O, ↓ caudal e possível intoxicação por sal | |
Capacidade inadequada | Difícil dosear medicação, variações de pressão | |
Colocação inadequada | ↓ Caudal, ↓ disponibilidade H2O | |
Altura inadequada | ↓ Pressão, ↓ disponibilidade H2O | |
Distribuição | Pouca pressão | ↓ Disponibilidade H2O quando há máxima exigência |
Pressão variável | ↑↓ Disponibilidade H2O em função da exigência | |
Diâmetro reduzido (biofilm) | ↓ Caudal, ↓ disponibilidade H2O | |
Condutas longas | ↓ Pressão, ↓ disponibilidade H2O | |
Diâmetro insuficiente | ↓ Caudal, ↓ disponibilidade H2O | |
Declive pouco acessível | ↓Disponibilidade H2O | |
Água muito quente | ↓Consumo de H2O | |
Geadas | ↓ Disponibilidade H2O | |
Bebedouro | Fluxo inadequado (baixo) | ↓ Caudal , ↓ disponibilidade H2O |
Demasiado elevado | ↑ Dificuldade para beber, ↓ disponibilidade H2O, ↑ perdas |
|
Demasiado baixo | ↑ Dificuldade para beber, ↓ disponibilidade H2O, ↑ perdas |
|
Ângulo incorrecto | ↑ Dificuldade para beber, ↓ disponibilidade H2O, ↑ perdas |
|
Número insuficiente | ↓ Disponibilidade H2O (sobretudo leitões "dominados") | |
Excessivamente juntos | ↓ Disponibilidade H2O (sobretudo lechones "dominados") | |
Demasiado cerca de pared | ↓ Disponibilidad H2O (sobretodo leitões "dominados") | |
Inadequados pela idade | ↑ Dificuldade para beber, ↓ disponibilidade H2O, ↑ perdas |
|
Perdas | ↑ Perdas medicação e chorumes | |
Má manutenção | ↓ Caudal, ↓ disponibilidade H2O | |
Diferentes na mesma linha | ↓ Caudal, variações de caudal, ↓ disponibilidade H2O |
A presença de doenças, o stress do frio ou a temperatura elevada da água potável também podem reduzir o consumo de água.
A temperatura elevada da água reduz o consumo:



O impacto do caudal
Por vezes, a falta de consumo pode ser uma consequência do baixo caudal.
Tabela 2. Caudal De Água (l/min.) Em Função Do Diâmetro Do Tubo, Tendo Em Conta Uma Velocidade Da Água De 1,22 M/s (de Acordo Com As Recomendações Do Mwps) E Sem Atrito Significativo. Fonte: Estimativas Próprias Aproximadas.
Diâmetro de canalização (interior)
|
Caudal | |
---|---|---|
Polegadas
|
mm
|
litros/minuto
|
1/4
|
6
|
2
|
1/2
|
13
|
10
|
3/4
|
19
|
21
|
1
|
25
|
37
|
1 ¼
|
32
|
58
|
O aumento do caudal pode ser facilmente conseguido mudando simplesmente os bebedouros para caudais mais elevados, mas outra solução é instalar um sistema de aumento de pressão. O efeito que esta alteração de pressão terá no caudal é fácil de estimar.
Por exemplo, se reduzirmos a pressão para metade, de 280 kPa para 140 kPa:
Se pelo contrário, aumentamos a pressão para o dobro, de 70 kPa a 140 kPa:

Consumo
Conhecer o consumo real de água será essencial para uma medicação correcta. Existem sistemas que permitem este controlo de forma automática. Outra opção seria instalar contadores de água e registar o consumo diariamente.
Segue-se um exemplo de controlo eficiente do consumo de água:


Ao subdosearmos não obtemos o efeito terapêutico esperado, encarecemos a água, pioramos a saúde dos animais e o seu rendimento produtivo e, o que é pior, corremos o risco de criar problemas de resistência.