15 de Junho de 2023
Apesar de haver menos porcos para abate em Portugal – a diminuição dos efectivos a isso obriga - o mercado da carne continua “parado” pelo que, não houve condições de alterar a cotação da Bolsa do Porco nesta primeira quinzena de Junho, por falta de estímulos internos e externos. Há pouco porcos, mas a procura por carne de porco também é baixa. Assim, e pela 10ª semana consecutiva, a cotação da Bolsa do Porco manteve-se em 2,802€/kg carcaça.
Em toda a Europa, a oferta de porcos continua abaixo da procura, o que permite que as cotações se mantenham elevadas e com tendência de subida, tendo mesmo havido subidas em diversos países (Alemanha, Bélgica, Holanda e França). Nos primeiros 5 meses do ano, todos os grandes produtores europeus de porco têm cotações médias acima dos 2,00€/kg carcaça, com excepção da Dinamarca e estas cotações estão, entre 35% e 48% acima das cotações do mesmo período do ano passado.
No mercado europeu sente-se, e de que maneira, a falta compras chinesas. Na realidade, e muito por “culpa” da falta de competitividade dos preços da carne europeia que são muito altos, a China tem procurado abastecer-se, principalmente, no Brasil, para além de terem aumentado as suas compras nos Estados Unidos e no Canadá.
Considerando as cotações europeias do porco e os preços da sua carne, antevê-se que as vendas de carne para a China continuem fracas, sendo necessário continuar a procurar mercados asiáticos onde seja menos complicado vender carne.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação manteve-se em 2,025€/kg PV (2,70€/kg carcaça) nesta segunda metade de Maio. O peso está em carcaça muito elevado (92,6Kg) e está 4,3kg acima do peso da mesma semana do ano passado. Este peso alto traz complicações aos matadouros no que toca à venda de peças que são muito grandes, mas não há outros porcos para abater, pelo que os matadouros terão que se adaptar a esta nova realidade. Há a reforçar que os porcos estão muito pesados, mas há muita falta de porcos de abate para as necessidades dos matadouros, havendo que instituído o “abate de 4 dias por semana” em quase todos os matadouros do país.
Na Alemanha, a cotação voltou a subir 0,05€/kg carcaça nesta primeira quinzena de Junho para 2,43€/kg carcaça. Apesar do aumento do consumo de carne (melhorou o tempo e fazem-se mais churrascos) e de cada vez haver menos porcos para abate, os pesos subiram 200g para os 97,4kg carcaça. É de referir que a Alemanha está a abater menos 30% dos porcos que abatia há 3 anos. Significativo e que diz muito do que se passa na fileira do porco alemã.
Nos Países Baixos a cotação também subiu. Neste caso foram 0,06€/kg carcaça nesta quinzena para 2,41€/kg carcaça.
Na Bélgica a cotação subiu 0,05€/kg PV para 1,80€/kg PV na primeira metade de Junho.
Na Dinamarca a cotação manteve-se em 1,85€/kg carcaça na primeira quinzena de Junho. A oferta de porcos na Dinamarca cada vez é menor e este é o país onde a redução da oferta de porcos para abate, em relação ao ano passado, é maior. Há uma redução dos abates na ordem dos 16% o que é significativo. Apesar de o preço dinamarquês ser o mais baixo da Europa, por larga margem, não se notam intenções de subidas fortes já que s Dinamarca pretende ter preço competitivo na carne para poder exportar (a carne exportada deverá ser cerca de 90% da sua produção).
Em França, a cotação inverteu a tendência de descida e subiu 0,045€/kg carcaça nesta quinzena para 2,198€/kg na primeira metade de Junho. Acabaram-se os feriados de Maio em França e começou a notar-se a escassez de porcos para abate. Os pesos desceram 600 para 96,3kg e estão 1kg acima do peso do ano passado.