12 de Abril de 2013
Mercado bastante calmo nesta primeira quinzena de Abril, tendo havido uma manutenção das cotações dos porcos em Portugal, Espanha, Alemanha e Dinamarca.
Em Portugal há pouca oferta de porcos, mas mesmo assim é suficiente para as necessidades do mercado. Há menos poder de compra por parte dos consumidores, continuam as promoções da carne de porco nos grandes supermercados e estes factores não permitem que se possam subir as cotações dos porcos.
Por outro lado, e considerando que os matadouros espanhóis pagam porcos mais caros que os matadouros portugueses, há vários produtores nacionais de maior dimensão que estão a vender porcos para Espanha.
Não deixa de ser um contra-senso que Portugal, sendo um país deficitário na produção de porcos, tenha o preço dos porcos mais baixo que em Espanha e que os matadouros nacionais tenham que comprar porcos em Espanha para satisfazer as suas necessidades e os paguem mais caros que o fazem pelos porcos portugueses.
Mercado global a quanto obrigas!
Os dois maiores produtores Europeus (Alemanha e Espanha) mantiveram as suas cotações nesta quinzena apesar de terem saído da Páscoa sem grandes atrasos nos porcos, tendo mesmo descido o peso médio de abate dos porcos em ambos os países. O mesmo aconteceu com a Dinamarca.
De todas as formas, estes países queixam-se de haver grande estagnação, por agora, no comércio para Países Terceiros a que se junta as proibições russas à entrada de carne refrigerada oriunda de Espanha e da Alemanha, se bem que as ameaças russas se comecem a referir à possibilidade das proibições se estenderem aos produtos congelados.
Esta sim, seria uma medida que criaria grandes problemas ao mercado comunitário do porco.
As excepções à manutenção foram, pela positiva, a Bélgica que subiu 0,01€/kg PV e pela negativa a França que desceu 0,045€/kg carcaça.
Os suinicultores belgas querem que os porcos subam a todo o custo, por um lado porque os matadouros procuram porcos para abates e a oferta destes por parte dos suinicultores tem vindo a baixar, e por outro lado os suinicultores referem estar a perder cerca de 10€/porco produzido e com estes prejuízos ameaçam não voltar comprar leitões para encherem as engordas já que o preço do leitão para engorda é caro e o preço de venda dos porcos é barato. A juntar a isto, há o facto de que as rações continuam caras e sem grande tendência de descida.
Os franceses justificam as descidas com a estagnação das vendas de carne quer internas quer no mercado externo (Países Terceiros) o que dificulta as vendas de porcos que apesar disso têm baixado o seu peso médio e este factor normalmente costuma ser sinal de subidas de preço e não de descidas. Outro contra-senso!
Estão todos os países à espera que apareça o Sol para haver uma "sapatada" no mercado. A melhoria das condições climatéricas, principalmente no Centro e Norte da Europa, leva a um aumento dos consumos de carne devido às churrascadas. Por outro lado, espera-se que as ameaças russas não passem disso mesmo, para que haja um impulso no mercado externo de forma a estimular o aumento das cotações internas.
As próximas semanas serão cruciais para definir o resto do ano 2013 no mercado do porco.