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Mercado do porco calmo a aguardar mexidas nas cotações

A Bolsa do Porco definiu uma manutenção da cotação do porco no nosso país nos primeiros 15 dias do ano novo.

17 de Janeiro de 2022

A primeira quinzena de Janeiro foi caracterizada pela estabilidade das cotações em toda a Europa e Portugal não fugiu à regra. Na realidade, a Bolsa do Porco definiu uma manutenção da cotação do porco no nosso país nos primeiros 15 dias do ano novo.

Após os feriados de início de ano (Dia de Reis, principalmente) que trouxeram alguns atrasos na saída de porcos das explorações, atrasos esses que já vinham de das semanas do Natal e do Ano Novo, iremos ter semanas completas de abate até final do mês de Janeiro que deverão repor a normalidade no escoamento dos porcos até porque, segundo as informações de vários países, os atrasos são inferiores aos de anos passados.

E isto porquê? Porque o Natal e o Ano Novo foram ao sábado e porque, com os porcos tão baratos, a indústria tem menos problemas em abater porcos para congelar carne. Perante este cenário, e com o custo de produção nos píncaros, crê-se que deverá haver menos pressão de descida na cotação dos porcos este mês.

Além disso, prevê-se (espera-se, mais do que se prevê) que se recuperem as vendas para a China e que aumentem as vendas para a Coreia do Sul, Filipinas, Japão e Vietname, o que permitirá ajudar as cotações.

Outro dado importante a nível do mercado, e que se deverá ter em conta (veremos que impacto terá daqui a umas semanas), foi o grande número de leitões para assar que foram abatidos em diversos países europeus (Bélgica e Holanda) que, a juntar aos animais abatidos em Espanha e Portugal, presume-se que venham a desfalcar o mercado de porcos de abate. Veremos se assim é lá para Março e Abril e que influência terá na evolução das cotações.

Contudo, e com o contínuo aumento de casos positivos á Covid-19 um pouco por toda a Europa, é muito natural que, mais cedo ou mais tarde, haja muito maiores problemas de abate e desmancha devido ao confinamento de trabalhadores destas áreas que possam estar positivos. A redução do número de trabalhadores disponíveis para realizar estas tarefas na linha de abate irá complicar o escoamento de porcos e de carne. Que importância terá nas cotações é coisa que veremos nas semanas que se aproximam.

Um dado novo no mercado Europeu foi o aparecimento de 1 javali positivo à Peste Suína Africana no Norte de Itália, a escassos 200km da França. Isto é sinal que a Peste se está a deslocar para Oeste, ameaçando cada vez mais a produção suinícola do Sul da Europa.

Já que diz referência à PSA, na Alemanha continuam a aparecer casos em javalis, na sua grande maioria e os alemães, que nunca tinham abatido tão poucos porcos como em 2021 e mesmo assim os que abateram foram suficientes para abastecer o seu mercado, estão a iniciar uma campanha para estimular o consumo de carne de porcos nascidos, criados e abatidos na Alemanha. Outro País que costuma aumentar o consumo de carne de porco em Janeiro é a França, pois é habitual serem feitas promoções com preços muitos baixos na carne de porco que estimulam o seu consumo. Veremos o seu impacto no consumo de carne de porco na Alemanha e em França.

Ainda com relação à Alemanha, foram publicados dados referentes ás declarações de existências de suínos em Novembro de 2021. Há a salientar que a redução de efectivo reprodutor, em relação a Novembro de 2020, foi de -7,2%, ou seja, menos 124 mil porcas e que a redução do efectivo total foi de -9,4% (- 2 milhões e 450 mil porcos). Reduções significativas, sem dúvida.

No que diz respeito às cotações por países, em Espanha a cotação manteve-se em 1,02€/kg PV (1,36€/kg carcaça).

Na Alemanha a cotação também se manteve em 1,23€/kg carcaça na primeira quinzena de Janeiro. O peso manteve-.se estável nos 96,5kg carcaça

Na Holanda manteve a cotação em 1,31€/kg carcaça. Na Bélgica a cotação manteve-se em 0,77€/kg PV e na Dinamarca a cotação manteve-se em 1,13€/kg carcaça.

Em França a cotação manteve-se em 1,247€/kg carcaça. Desde Novembro que a cotação francesa se mantém, praticamente, inalterada. Os pesos voltaram a subir 400g para os 97,1kg. O peso é 1kg mais baixo que na mesma semana do ano passado.

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