31 de Janeiro de 2014
A segunda quinzena de Janeiro caracterizou-se por uma estabilização da cotação dos porcos em Portugal (+0,009€/kg carcaça). Com efeito, há grande equilibrio entre a procura e apesar dos porcos terem subido de peso e haver grandes promoçõs de preço da carne nos supermercados, o mercado está relativamente equilibrado.
Em Espanha também houve estabilização das cotações nesta quinzena (subida de 0,004€/kg PV) já que os pesos estabilizaram e as vendas estão normais para a época do ano.
Muito equilibrio na Península Ibérica é o tom do mercado no mês de Janeiro.
A Alemanha subiu a sua cotação 0,07€/kg carcaça, o que é um bom sinal para o mercado Europeu. De todas as formas, a cotação alemã era das mais baixas já que antes do fim do ano existiram grandes descidas que afectaram todo o mercado Europeu do porco. Uma forte procura de carne e uma oferta de porcos relativamente reduzida levaram a esta subida nas cotações.
Mercado mais fluido, portanto, na Alemanha durante a 2ª quinzena de Janeiro.
A Holanda subiu 0,06€/kg carcaça e a Bélgica também subiu 0,06€/kg, mas peso vivo. Este é o normal comportamento dos países vizinhos da Alemanha e a quem este país compra uma parte da produção para abater. A oferta de porcos nos dois países também é algo reduzida.
A Dinamarca, ao contrário dos restantes países Europeus, baixou a sua cotação 0,03€/kg carcaça justificada pela estabilização, com alguma tendência de baixa, das vendas para países da U.E. (principalmente Reino Unido) e para Países Terceiros.
Finalmente a França, que apresentou uma subida de 0,011€/kg carcaça na suas cotações já que há menos oferta de porcos e, consequentemente, houve uma descida dos pesos e isso alivia o mercado permitindo esta ligeira subida durante a quinzena.
Neste momento, e desde a passada 4ª feira dia 29 de Janeiro, impende um factor altamente negativo para o mercado Europeu da carne de porco.
O aparecimento, confirmado, de um foco de Peste Suína Africana na Lituânia levou a Rússia a encerrar as suas fronteiras à entrada de carne de porco proveniente da U.E..
Pelas informações que vão circulando, os camiões de carne que chegaram à fronteira russa estão parados e serão mandados para trás sem entrar em territírio russo e sem descarregar.
Se tivermos em conta que a Rússia é o principal destino das exporações da União Europeia, com cerca de 25% dos volumes exportados (cerca de 700 mil toneladas por ano) podemos ter uma ideia do que se poderá passar no mercado Europeu do porco, mesmo que esta proibição dure pouco tempo (e não é previsível que assim seja).
Veremos o real impacto desta proibição nas próximas semanas.