Os primeiros países a iniciar algum tipo de programa de monitorização e vigilância de Salmonella na produção animal foram os países nórdicos (Noruega, Suécia e Finlândia), seguidos pela Dinamarca e posteriormente, o Reino Unido e Irlanda. À data de hoje estes são os únicos países europeus onde, estritamente falando, levan a cabo um plano de controle da salmonelose suína. Em paralelo, na Holanda e na Alemanha estão-se a aplicar programas de monitorização prévios à implementação de um futuro plano nacional de controle e no resto dos países europeus, diferentes programas de monitorização regionais ou estudos piloto foram organizados já na Áustria, Bélgica e em Itália.
Em Espanha, e segundo a cronologia marcada pelo Regulamento CE núm. 2160/2003, sobre o controle da salmonela e outros agentes zoonóticos específicos transmitidos pelos alimentos, neste momento encontra-se em marcha o estudo nacional de prevalência de Salmonella nos suínos de engorda. Este estudo, que consiste na recolha de amostras de gânglios linfáticos mesentéricos no matadouro, iniciou-se a 1 de Outubro de 2006 e terá uma duração de um ano (Decisão da Comissão núm. 2006/668/CE, de 29 de Setembro de 2006). Posteriormente, e uma vez fixado um objectivo comunitário de redução (Dezembro de 2007), prevê-se que para finais do ano 2009 ou em inicios de 2010 se inicie um programa nacional de controle. Este mesmo esquema será seguido para as reprodutoras mas com um ano mais de prazo.
Nas tabelas seguintes são detalhadas as características principais dos diferentes programas de monitorização e/ou vigilância da salmonelose suína que actualmente operam na Europa. Em geral, a maioria destes programas seguem uma pauta similar. Em primeiro lugar classificam-se as explorações segundo o seu nível de seroprevalência em três categorias (de menor para maior: 1, 2 e 3) e posteriormente, aplicam-se uma série de medidas de controle naquelas explorações com uma maior seroprevalência (categorias 2 e 3). Em alguns dos países inclui-se também, uma ordenação dos abates no matadouro num processo conhecido como abate logistico. Este é o caso da Dinamarca e da Irlanda, onde os animais procedentes das explorações de nível 3 são abatidos separados dos restantes, seja em matadouros especiais ou, no caso de compartilharem matadouro, em dias determinados ou no final da jornada de trabalho. O manuseamento destas caracaças também se realiza sob estritas pautas de higiene e com a incorporação de práticas especiais, como por exemplo, não se partir a cabeça e o tratamento das carcaças com água a 80ºC durante 15 segundos na Dinamarca ou a obrigatoriedade de tratar a carne da zona da cabeça e as miúdezas na Irlanda.
País |
Data início |
Obrigatório/ Voluntário (penalização) |
Fases incluidas |
Tipo monitorização |
Material |
Nº amostras exploração/periodo |
Suécia (Noruega e Finlândia) (iniciativa pública) |
1960 |
Obrigatório (sí) |
Selecção Multiplicação Engorda |
Bacteriológica |
Gânglios Fezes Hisopos caracaças |
6.000 / ano >13.000 6.000 / ano |
Dinamarca (iniciativa privada) |
1995 |
Obrigatório (sim) |
Selecção Multiplicação |
Serológica |
Sangue (fezes) |
10 / mês |
Engorda | Serológica |
Suco carne (fezes) Hisopos carcaças |
60-100 / ano 5 carcaças / dia por matadouro |
|||
Leitões (destinados a explorações 2 3) |
Bacteriológica | Fezes parques | 20 / ano | |||
Reino Unido (iniciativa privada) |
2002 |
Voluntário (sim) |
Engorda | Serológica | Suco carne |
15 / 3 meses (3 por partida) |
Irlanda (iniciativa pública) |
2003 |
Obrigatório (sim) |
Engorda | Serológica | Suco carne |
24 / 4 meses (72 / ano) |
Alemanha (iniciativa privada) |
2002 |
Voluntário (não) |
Engorda | Serológica | Suco carne | 60 / ano |
Holanda (iniciativa privada) |
2005 |
Obrigatório (no) |
Engorda | Serológica | Sangue | 12 / 4 meses (36 / ano) |
Bélgica (iniciativa pública) |
2005 |
Voluntário (não) |
Engorda | Serológica | Sangue | 12 / 4 meses (36 / ano) |
Eva Creus. Universitat Autònoma de Barcelona. Espanha.