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No pico do Verão as cotações dos porcos descem em Portugal

No pico do verão, e quando seria normal e expectável que as cotações dos porcos subissem em Portugal, eis que apareceu uma nova descida na segunda quinzena de Julho

1 de Agosto de 2014

No pico do Verão, e quando seria normal e expectável que as cotações dos porcos subissem em Portugal, eis que apareceu uma nova descida na segunda quinzena de Julho (-0,03€/kg carcaça). A descida acumulada em Julho é de 0,043€/kg carcaça.

De todas as maneiras, as cotações em Portgal rondam os 1,85-1,90€/kg carcaça, o que não deixa de ser um valor razoável atendendo à descida dos custos de produção, principalmente a descida das matérias-primas que tem trazido descidas no preço das rações.

Contudo, em Julho é quando os porcos costumam atingir as suas cotações máximas e quando quase nunca descem. Este ano foi ao contrário e para ajudar "à festa" continuam as promoções da carne de porco nos hipermercados. Tudo "normal", portanto!

A Espanha também desceu a sua cotação nesta quinzena (0,032€/kg PV, cerca de -0,042€/kg carcaça) ficando a sua cotação em 1,438€/kg PV (cerca de 1,918€/kg carcaça).

Os pesos continuaram a baixar no País vizinho já que a procura é superior à oferta. Com esta situação, o normal seria que os porcos subissem mas há outros dados no mercado que não permitem que os porcos subam em Espanha.

Desde logo o grande diferencial de preço existente com a Alemanha. Neste momento os porcos em Espanha valem mais 0,20€/kg que na Alemanha. Com este diferença no preço, os matadouros alemães são muito mais competitivos com a sua carne e têm menos dificuldades em poder escoá-la para outros mercados onde concorre com os matadouros espanhóis, principalmente nos mercados dentro da U.E., mas também nos mercados de Paíeses Terceiros (China, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul) e por esse facto a Espanha teve que
ajustar, em baixa, a sua cotação.

A Alemanha, no conjunto da quinzena, desceu 0,04€/kg carcaça se bem que tenha descido 0,07€ na primeira semana do mês e tenha dado um sinal positivo de +0,03€/kg carcaça na segunda semana.

Esperemos que este possa ser um sinal de inversão da tendência do mercado alemão após a descida acumulada de 0,12€/kg carcaça.

A Alemanha tem tido enormes dificuldades em escoar carne do seu mercado devido ao embargo russo e por isso, para escoar os excedentes, baixa e volta a baixar o preço da sua carne para a tentar colocar no mercado interno da U.E.

Estas descidas sucessivas e constantes afectam os mercados dos outros países da U.E. (por exemplo a Espanha) que acabam por não poder subir (ou acabam por ter que descer) as cotações dos seus porcos para poderem vender a carne mais barata no mercado interno da U.E. e assim conseguirem "combater" os alemães.

Como é usual, quando a Alemanha desce, a Holanda e a Bélgica também costuma descer as suas cotações e esta quinzena não fugiu à regra. Assim, a Holanda desceu 0,04€/kg carcaça e a Bélgica desceu 0,04€/kg PV. O usual!

A Dinamarca também desceu a sua cotação 0,03€/kg carcaça esta quinzena. Os dinamarqueses também se debatem com a forte concorrência da Alemanha, se bem que tenham cotações mais competitivoas e consigam combater melhor a agressividade dos matadoruso alemães no mercado interno da U.E. estando com mais dificuldades em encontrar novos mercados em Países Terceiros.

A França desceu 0,042€/kg carcaça nesta quinzena (1,432€/kg). As ofertas de porcos parecem ser suficientes para as necessidades do mercado interno francês e para as exportações de carne e produtos derivados dos seus matadouros. Aguarda-se que os mercados do Norte da Europa possam subir mais para que "puxem" pelos mercados do Sul.

Espera-se que os preços record dos porcos que se continuam a atingir nos Estados Unidos e no Canadá, devido à forte redução de oferta de porcos para abate em função dos graves problemas de mortalidades provocadas pelo surto de Diarreia Epidémica Suína, possam permitir maior competitividade à carne Europeia e que isso estimule a subida das cotações nos maiores produtores Europeus (Alemanha, Espanha e Dinamarca).

As próximas semanas serão cruciais para a definição do mercado no que resta do ano 2014.

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