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31 de Março de 2017
A oferta de porcos continua a reduzir-se em toda a Europa e a procura começa a suplantar a oferta. Este desequilíbrio, a favor da procura, faz com que as cotações comecem a subir com significado em toda a Europa.
As subidas desta quinzena andam nos 4-6 cêntimos em carcaça nos mercados europeus mais importantes.
Portugal não fugiu à regra e a Bolsa do Porco apresentou uma subida de 0,06€/kg carcaça nesta quinzena. Os pesos continuam a baixar apesar de alguma retenção de porcos que os produtores estão a fazer. É natural que, com os porcos a subir de preço e com os pesos um pouco baixos, os produtores queiram tirar porcos mais pesados e na semana seguinte, para os venderem mais caros.
A carne vai tendo alguma procura, mas o seu preço está com alguma dificuldade de valorização. Neste momento os matadouros vêem a sua margem um pouco reduzida, mas seguramente que as condições se irão alterar.
Na realidade, com o escândalo da carne brasileira haverá condições para que a Europa venda mais carne de porco para os países asiáticos, principalmente China e Hong Kong. Os brasileiros venderam cerca de 250 mil toneladas de carne de porco em 2016 para a China e Hong Kong, principalmente para este último e já se fala que os chineses não querem carne brasileira.
Em consequência, este aumento da procura, seguramente, fará com que haja menos pressão na oferta de carne no mercado interno e, em função desta menor pressão, haverá condições para que o seu preço suba.
O mercado espanhol também subiu a sua cotação. Nesta quinzena a subida foi de 0,035€/kg PV, ou seja, cerca de +0,047€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,275€/kg PV (1,70€/kg carcaça). Os pesos em Espanha mantiveram-se quase inalterados em relação à semana anterior, estando nos 84kg de carcaça (segundo Mercolérida, menos 1kg que em 2016 e apenas mais 0,5kg em que 2015).
Os matadouros querem matar mais porcos mas não há disponibilidade e, assim, matam os que estão disponíveis, já que os produtores querem abater porcos mais pesados e mais caros e vão vendendo menos animais do que os que o matadouro necessita.
Na Alemanha a cotação subiu 0,04€ passando para 1,61€/kg carcaça. Os abates andam a ser inferiores aos do ano passado, devido à menor oferta de porcos e os pesos têm-se mantido nos 96,3kg carcaça. O mercado da carne vai melhorando em termos de quantidades ainda que não em preços. O tempo começou a melhorar na Alemanha e isso é sinal das famosas churrascadas que exponenciam o consumo da carne de porco.
Na Holanda e na Bélgica as cotações subiram. Os holandeses subiram 0,04€/kg carcaça para 1,61€/kg carcaça e os belgas subiram 0,04€/kg PV para 1,13€/kg PV. Os holandeses referem que há alguma retenção de porcos por parte dos produtores e que a venda da carne começa a fazer-se a bom ritmo.
A Dinamarca subiu 0,05€ fixando-se a cotação em 1,40€/kg carcaça em função da redução da oferta de porcos para abate. O mercado dinamarquês da carne começou a “mexer” e as vendas de carne dispararam. Vendem-se todas as peças sem excepção e sem dificuldades.
Em França a cotação subiu 0,093€/kg carcaça fixando-se em 1,496€/kg carcaça. Com esta subida, o preço francês é líder dos preços europeus. O peso dos porcos, ainda que quase inalterado, finalmente baixou dos 95kg (94,97kg). Os matadouros franceses têm tido uma boa procura de carne francesa quer no mercado interno quer nos mercados de exportação.
Como mera referência comparativa entre cotações do porco, as de 2017 são mais altas 33% em Espanha, 23% na Alemanha e 30% em frança do que eram em 2016 na mesma altura.
Aproxima-se a Semana Santa, época que, por normal, se consome menos carne nos Países Católicos. Creio que esta redução de consumo não trará grandes problemas de atrasos nem de redução de cotações.
