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O Outono começa com oportunidades de compra

Os preços de todos os cereais cederam, o milho em maior medida, deve-se esperar que os mercados continuem a ceder de maneira suave. As cotações do complexo proteína seguiram os passos dos cereais.

Dizíamos, na nossa última comunicação, que o mercado daria novas oportunidades de compra. E assim foi. O trigo situou-se ao redor dos 200 €/ton nos portos, o milho ao redor de 205 €/ton - 210 €/ton segundo os destinos. E a cevada cedeu até 205-210 €/ton segundo os destinos. Em resumo, todos os cereais cederam (ainda que proporcionalmente o milho seja o cereal que cedeu em maior medida).

E tudo isto por várias razões:

- Já sabemos que a colheita no hemisfério norte foi excelente no seu conjunto, inclusive superou o record da campanha 2008/2009 com 1.806 milhões de ton, isto acompanhado também de uma colheita record de arroz de 461 milhões de ton. Esta maior produção provoca que, apesar do ligeiro aumento de consumo, os stocks finais sejam mais ou menos os mesmos.

- O dólar fortaleceu-se, o que prejudica as exportações de países como os Estados Unidos, isto fez com que os mercados, sobretudo o de Chicago, corrigissem para baixo as cotações para compensar esta subida do dólar. Outros mercados, como o inglês ou o francês viram-se arrastados por estas descidas.

- Este último mês todos os fundos liquidaram posições em geral provocando grandes descidas tanto nas bolsas como nas commodities, o temor e a incerteza sobre a saúde da economia mundial provocou uma saída das posições em debandada, o que pressionou, ainda mais se for possível, a descida de commodities.

Um pequeno aparte, os fundos comerciais são os que tomam as suas decisões com base em produções reais e consumos estimados. Os fundos são os que tomam as suas decisões com base em rentabilidades a curto prazo ou necessidades financeiras.

Está bem, e agora? O lógico é que o mercado continue a ceder de maneira suave, não esqueçamos que os preços actuais não são baratos, mas continuo a pensar que as coberturas são a muito curto prazo, o que é um travão para que os mercados baixem muito mais. No meu entender deveria-se cobrir até dezembro e esperar a ver o que acontece na Europa de Leste. Porque a partir de novembro pesaram as colheitas de milho, muito boas por certo, com mais de 10 milhões de ton sobre a colheita do ano passado.

Quanto às proteínas, ou seja a soja, esta seguiu os passos dos cereais quanto a cotações. Isto faz com que, ainda tendo em conta a subida do dólar, continuemos com cotações de soja em redor de 285-290 €/ton. Já disse várias vezes que, com quanto que não se quebre o mercado, à volta de 280-285 €/ton é um bom nível para cobrir dois ou três meses vista.

A colza também seguiu de perto a evolução do mercado e situou-se à volta dos 190 €/ton e o girassol à volta dos 158-160 €/ton.

Jordi Beascoechea

Jordi Beascoechea

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