A definição do preço do porco sempre foi o aspecto mais importante da relação entre fornecedores (produtores) e compradores (matadouros). As modalidades de comercialização do suíno foram-se alterando de acordo com a evolução da organização e da progressiva concentração de explorações e de matadouros. Actualmente, o preço do porco em Itália é definido pela Comissão Única Nacional (CUN) que entrou em vigor a partir de 15 de Abril de 2011. Em 2012, o regulamento CUN de porcos para abate introduziu a distinção entre os preços do porco no circuito protegido e os de porcos genéricos. A partir de 15 de Janeiro de 2015, instaura-se o preço CUN do leitão no circuito protegido e, por último, o preço CUN da porca de refugo.
A CUN é constituída por 10 comissários (5 efectivos e 5 suplentes) que representam a parte vendedora e 10 comissários (5 efectivos e 5 suplentes) que representam a parte compradora. Ao valor final acresce 10% de IVA. Dependendo do regime aplicado, a tributação do IVA deve ser compensada (compras/vendas, regime ordinário) ou arrecadada (regime "Forfettario" ou de tarifa plana para independentes) e paga ao Estado no valor de 0,5%. O preço acordado é sempre à saída. Evidentemente que pode haver descontos por não conformidades (peso, qualidade da perna, rendimento, etc.) que podem variar desde poucos euros até milhares de euros.
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Os comissários são designados por organizações profissionais e associações comerciais que representam o sector agrícola, a indústria de transformação, o comércio e a distribuição. No que diz respeito à fiscalidade, a "Borsa Merci Telematica Italiana" (BMTI) actua como secretaria, coordenando reuniões semanais, preparando documentos de análise de mercado com o ISMEA e difundindo resultados (listas de preços, relatórios, fichas de mercado, actas) através do website www.cunsuini.it. O regulamento de funcionamento prevê uma série ordenada de passos para chegar a acordo para a definição do preço indicativo de venda da semana seguinte. O ponto de partida é a análise de numerosos dados relativos à oferta e à procura tanto de porcos como de carne, preços europeus, comércio externo e compras nacionais de carne de porco e enchidos, etc. Além disso, estão previstos procedimentos para assegurar que haja sempre, através da Comissão de Garantias, a definição de um preço ou de um intervalo de preços se as partes não chegarem a acordo.
Pode-se afirmar que o modelo nacional representado pela CUN é uma importante adequação organizativa à evolução do sector suinícola e que esta inovação unificou, definitivamente, o uso de um preço de referência único a nível nacional, trazendo transparência às relações entre os operadores das diferentes áreas de produção. Deve-se destacar que o preço pago pelos porcos comercializados, com base no peso vivo, é o resultado da soma do preço CUN e das bonificações (que podem variar de 5 a 15 cêntimos) e/ou penalizações, acordadas entre as partes, com base nos volumes vendidos e da conformidade do produto, que no caso dos porcos para DOP são estabelecidas pelas especificações dos presuntos de Parma e San Daniele (presunto tatuado, carcaças H URO, defeitos do presunto, etc.). O regulamento também tem como objectivo prevenir as desigualdades e garantir uma maior transparência através da publicação das actas das reuniões. Desta forma, também se assegura alguma forma de protecção da parte agrícola que, ao estar mais fragmentada, é mais débil.
Evidentemente, a formação do preço é sempre o resultado de um compromisso entre duas partes que têm poderes de negociação e que nem sempre estão equilibradas. Os produtores podem fazer valer o seu poder de negociação quando a oferta de porcos se reduz em comparação à procura do matadouro. Os preços semanais costumam respeitar a lei da oferta e da procura, a regulação CUN só pode mitigar os efeitos mais negativos, mas não pode assegurar preços que eludam a lei do mercado; em qualquer caso, é adoptado sem excepção por todos os operadores da cadeia de fornecimento.
Sob a coordenação do Ministério e com o apoio da BMTI, as organizações representantes da cadeia de fornecimento podem supervisionar constantemente o funcionamento e propor medidas de correcção. Seguramente ainda há margem para melhorar a fiabilidade de alguma informação, por exemplo o volume de porcos abatidos semanalmente e as suas características (peso, classificação, etc.), e tornar mais objectiva a comparação dentro da CUN.