Os dez avanços mais importantes em nutrição suína (1991-2012)

Em 1975 uma porca, nos EUA, produzia 720 kg de carne por ano, em 2009 este valor já tinha alcançado os 1.816 kg. As melhorias na nutrição contribuiram de um modo importante para este salto espectacular na produtividade. O Dr. John Patience elaborou um "top ten" das alterações em nutrição que tiveram um maior impacto nos últimos 20 anos.

1. A transição de uma formulação com base em ingredientes para uma formulação com base em nutrientes e energia.
2. A alteração da definição empírica dos requisitos para uma definição factorial dos mesmos, dando lugar a um modelo de crescimento.
3. Primeiro passou-se de formular com base em proteína para aminoácidos, depois com base na digestibilidade ileal aparente (DIA) e agora usa-se a digestibilidade ileal standarizada (DIE) da lisina, isto permitiu uma precisão muito maior.
4. A adopção de sistemas energéticos muito mais sofisticados, actualmente a energia neta (EN). Antes era utilizada a energia digestível (ED) ou a metabolizável (EM). A ED é a energía bruta dos ingredientes menos a energia de fezes e representa 85 % da energia bruta (EB). A EN contabiliza também as perdas energéticas por calor, pelo que representa só 56 % da EB.
5. Incorporação da fitase e formulação com base ao fósforo disponível.
6. A publicação em 2012 dos requisitos da NRC, que enfatizam a aproximação factorial, contra a empírica, na hora de definir os requisitos nutricionais.
7. A disponibilidade generalizada dos aminoácidos sintéticos: lisina, metionina, treonina e triptófano, o que permite reduzir o uso de farinha de soja e outras fontes de proteína. Estima-se que o uso de aminoácidos sintéticos nos EUA permitiu reduzir a superfície cultivada para alimentar a população suína em 14-15 %.
8. Tecnologia assistida por marcadores e linhas hiperprolíficas: o avanço genético na produtividade apenas teve lugar porque a nutrição evoluiu a par dele.
9. Adopção de sistemas de registo mais sofisticados, o que é de grande ajuda na tomada de decisões.
10. A passagem de priorizar a produtividade a priorizar a rentabilidade da exploração.

Os produtores adoptaram a maioria destas medidas, ainda que o sistema de EN não seja tão usado como devia. Reduzir o custo da formulação é apenas um passo no caminho, para o Dr. Patience deviamos conhecer melhor a resposta do porco para poder optimizar o seu consumo de nutrientes com base no seu rendimento.

Patience, J. Top Ten Developments in Swine Nutrition (1991-2012). 2013. Prairie Swine Centre. Pork Insight