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Preço do porco mantém-se mas matérias-primas sobem

14 de Janeiro de 2011 Manutenção do preço dos porcos em Portugal na primeira quinzena de Janeiro. A situação dos suinicultores é muito complicada, já que o preço das matérias-primas não pára de subir e, em consequência, o preço das rações também não. Pelos dados que dispomos, as perdas situam-

Manutenção do preço dos porcos em Portugal na primeira quinzena de Janeiro. A situação dos suinicultores é muito complicada, já que o preço das matérias-primas não pára de subir e, em consequência, o preço das rações também não.

Pelos dados que dispomos, as perdas situam-se na ordem dos 20-30 euros por porco enviado para abate. Ou seja, a situação é insustentável e não me parece que Bruxelas esteja muito incomodada com a situação.

Outra questão aparecida nesta quinzena é o aparecimento de dioxinas na Alemanha. O problema também apareceu em explorações de suínos. Neste momento, e após a descida de 13 cêntimos, o preço alemão estabilizou na 1ª quinzena do ano apesar de que a Coreia do Sul tenha proibido as importações de carne de porco alemãs e haja ameaça de que a China e a Rússia possam tomar a mesma medida.

O facto da Alemanha vender menos carne para fora do seu espaço territorial (também vendeu menos carne de porco para Países da U.E.) favoreceu outros Países, já que o preço da França, Holanda e Bégica subiu ainda que ligeiramente, mas afectou outros, como seja a Dinamarca que desceu 2 cêntimos nesta quinzena.

Em Espanha, o preço manteve-se igual.

A situação das dioxinas na Alemanha poderá ser favorável, no curto prazo, para que o preço nos diversos Países da Europa suba, já que aquele País tem dificuldades no escoamento da sua carne (não nos podemos esquecer que a Alemanha é o maior produtor de porcos e o País que mais abate em toda a Europa), cujo fornecimento aos Países deficitários deverá ser feito por outros (Espanha, Dinamarca, Holanda, Bélgica). De qualquer forma, os porcos alemães terão que ser abatidos e a sua carne, caso não se venda, terá que ser armazenada. Mais tarde ela terá que ser colocada no mercado, e aí, poderá haver condições para que o preço desça. Espera-se, a todo o momento, que a Comissão Europeia tome alguma decisão de ajuda à Alemanha para o armazenamento no frio desta carne que agora não entrará no mercado.

A grande preocupação actualmente é a escalada dos preços das matérias-primas e a sua influência no custo de produção. O MPB francês refere que em Dezembro de 2010, o custo de produção francês se situava em 1,50€/kg carcaça, sendo o custo da alimentação de 0,95€/kg. em Dezembro o preço médio recebido foi de 1,275€/kg carcaça, o que representou um prejuízo de 22-23 cêntimos/kg (aproximadamente 21,50€ de prejuízo em porco enviado para abate).

Começam a chegar-nos dados referentes aos preços médios de venda dos porcos em 2010, referentes a vários Países Europeus. Assim, a Espanha teve um preço médio de 1,11€/kg vivo, a Alemanha 1,408€/kg carcaça, a Dinamarca teve um preço de 1,36€/kg carcaça (já mais a valia atribuida pela Danish Crown no fim do ano de 12 cêntimos), a Holanda teve um preço de 1,35€/kg carcaça, a França de 1,345€/kg carcaça e em Portugal, pelas minhas estimativas o preço médio deverá ter andando à volta de 1,38€/kg carcaça.

Os próximos tempos são difíceis e cruciais para o futuro do sector, não só em Portugal, mas em toda a União Europeia

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