12 de Outubro de 2012
A primeira quinzena de Outubro permitiu que a cotação dos porcos em Portugal se mantivesse (2,13€/kg carcaça para porco 57% músculo e 2,20€/kg carcaça para o porco selecção). Menos porcos no mercado Nacional e o continuado envio de porcos portugueses para abate em Espanha a 2,00€/kg fazem que a oferta seja menor que a procura e consequentemente o preço manteve-se, numa altura do ano em que tradicionalmente o preço dos porcos baixa.
Apesar do feriado de 5 de Outubro (o último a ser comemorado como tal por muitos anos - senão em definitivo) não trouxe dificuldades no escoamento de porcos, apesar e haver um dia a menos de abate e das temperaturas seram amenas e permitirem um crescimento mais acelarado dos animais de engorda.
Por outro lado, com as perdas de anos anteriores terá havido redução dos efectivos de porcas Nacionais o que implicará uma menor oferta de animais para abate. Esta redução de efectivo poderá ver-se acentuada no início de 2013 devido à entrada em vigor das normas de bem-estar animal. O impacto da sua entrada em vigor ainda não está completamente medido, mas crê-se que venha a implicar uma redução importante do efectivo português. Menos porcos, melhor preço. Será?
Em Espanha, na Bolsa de Lérida, a cotação também se manteve nesta quinzena. As informações vindas do País vizinho referem que os porcos estão com pesos muitos baixos em relação ao habitual para esta altura do ano (cerca de 1kg mais leves que o ano passado) o que demonstra um mercado fluido, apesar de terem subido cerca de 2kg nas últimas 4 semanas.
Aqui ao lado, uma grande parte dos comentários refere que há menor oferta de porcos porque se reduziram efectivos devido às perdas por parte dos produtores e que a redução se verá acentuada a partir de Janeiro devido a entrada em vigor das normas de bem-estar animal. Outro sinal de que o mercado do País vizinho está fluido foi a manutenção de preço apesar da descida de 10,5 cêntimos em França. Boas perspectivas para o que resta de ano em Espanha no que diz respeito à suinicultura, portanto.
Nos restantes Países europeus, a Alemanha, a Holanda e a Bélgica mantiveram as suas cotações enquanto que a Dinamarca subiu 3 cêntimos.
As informações que chegam dos mercados do Norte da europa dão conta de um mercado bastante fluido, principalmente a nível da exportação para Países da U.E. (Para a Polónia, principalmente) e para Países Terceiros. Dados publicados pela U.E. dão-nos conta que nos primeiros 7 meses do ano, as exportações para Países Terceiros (1794675 toneladas) aumentaram 2% em relação ao mesmo período de 2011, onde se tinham batidos todos os records de exportação. A Rússia continua a ser o principal destino da carne de porco da U.E., com 25% do total das exportações, seguida pela China com 17% e Hong Kong com 13%. Estes 3 Países no seu conjunto representam 55% do total das exportações
da U.E. em carne de porco.
Evidentemente, espera-se que a forte descida francesa não tenha influência negativa no restante mercado europeu do suíno.
Tal como foi referido no comentário da quinzena anterior, outro factor importante na Europa é a redução de efectivos. Esta redução, que se espera seja mais acentuada a partir de 1 de Janeiro próximo, tem levado a uma redução de oferta de porcos para abate e a uma estabilização de preços altos no mercado.
As perspectivas do mercado são boas até ao fim de ano. Preços altos, escoamento fácil dos porcos para abate, facilidade na venda da carne. Veremos até quando o mercado se aguenta desta maneira.