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Produção suína na China

Na China há três tipos de explorações suínas. Duas delas são familiares (caseiras e especializadas) e a terceira é a industrial.

6 Janeiro 2013
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A carne de porco tem sido a carne principal na dieta chinesa desde há milhares de anos e, nos últimos 30 anos, o seu consumo aumentou, tanto nas zonas urbanas como rurais. Passou de 16,68 kg por pessoa e ano em 1985 a 20,50 kg em 2009 na China urbana e de 10,54 kg em 1990 a 13,96 kg em 2009 na rural. Embora a que a carne de aves tenha aumentado mais, a carne de porco continua a representar 60 % da carne consumida nas zonas urbanas e 71 % nas rurais. Este aumento foi acompanhado por um claro incremento da produção (o número de porcos abatidos aumentou 151 % desde 1986).

Producción anual de carne de cerdo (1986-2009)

Figura 1. O número de porcos abatidos na China passou de 257,2 milhões em 1986 a 645,4 milhões em 2009 (151 %). A produção de carne de porco ainda aumentou mais, passando de 17,96 mton a 48,9 mton no mesmo período (um aumento de 172 %).

Como acontece em quase todos os países, a produção suína não se distribui de forma homogénea, concentra-se nas províncias de Sichuan, Hunan, Henan, Shandong, Hubei, Guangdong e Hebei. Estas províncias também são as mais produtivas quanto a grãos e, a maioria, estão perto dos grandes mercados de carne como Pequim e Hong Kong. A produção na zona Noroeste da China é muito limitada, entre outras razões porque nessa zona vivem muitas minorías chinesas que não teem o porco como a principal fonte de carne na sua dieta.

Producción porcina en China en 2009

Figura 2. Distribuição da produção (segundo os porcos abatidos) nas diferentes províncias em 2009.

Na China há três tipos de explorações suínas. Duas delas são familiares (caseiras e especializadas) e a terceira é a industrial. Os porcos de criação caseira tém uma longa tradição nas zonas rurais: os criadores utilizam o seu tempo livre e os sub-produtos agrícolas para criar alguns porcos por ano como actividade secundária. As explorações especializadas começaram a aparecer nos 1980s, quando a economia rural foi liberalizada. A principal diferença com as explorações caseiras é simplesmente que as famílias téem a produção suína como actividade principal. Em geral as explorações caseiras não criam mais de dez porcos por ano e as especializadas algumas centenas. As explorações industriais pertencem a empresas e trabalham em grande escala com mais recursos técnicos e financeiros. Ainda que a criação familiar seja predominante, não há muitos dados sobre as proporções de cada um destes tipos de explorações; os mais recentes afirmam que 96,30 % das explorações teém entre 1 e 49 porcos e que suposeram 47,42 % da produção total em 2004.

Alguns autores crêem que as explorações caseiras tenderão a desaparecer, enquanto que outros crêem que as explorações familiares continuarão a dominar a produção suína.

Para conhecer melhor a produção suína na China foi levada a cabo um inquérito nas províncias de Jiangsu e Shaanxi. Segundo o inquérito, os criadores raramente pidem financiamento nem participam em cooperativas. A proporção de criadores que tinham solicitado e obtido um crédito para a produção suína era de 10 % em ambas as províncias. A proporção dos que participavam em cooperativas era ainda menor, 7,4 % em Jiangsu e 6,1 % em Shaanxi. A maioria dos inquiridos não sabia nem da existência de cooperativas na sua zona. Em resumo a produção suína continua a ser uma actividade secundária nas zonas inquiridas e os criadores utilizam os seus próprios materiais, dinheiro e esforço. Os negociantes jogam um papel importante para os conectar com o mercado.

A principal motivação para criar porcos é aumentar os rendimentos em mais de 80 % dos inquiridos. Outros dos motivos mais comuns eram o aproveitamento de sub-produtos agrícolas e do tempo livre. Uma percentagem superior ao esperado responderam que o motivo principal era o autoconsumo.

China’s small-scale hog production and implications for trade: Evidence from a farmer survey. Qingbin Wang and Guangxuan Zhang. Agricultural and Applied Economics Association, 2012 Annual Meeting

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