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Quando deveriam estar a subir com força, as cotações mantêm-se na primeira quinzena de Julho

Numa altura do ano em que as cotações costumam subir com grande significado, em 2015 tal não se verifica e o mercado anda bastante “enrolado”.

17 de Julho de 2015

A cotação dos porcos em Portugal manteve-se na primeira quinzena de Julho. Numa altura do ano em que as cotações costumam subir com grande significado, em 2015 tal não se verifica e o mercado anda bastante “enrolado”. Nem a subida das temperaturas (que este ano não estão tão elevadas como é costume) tem ajudado a desequilibrar o mercado do porco já que os porcos mantêm os seus crescimentos dentro da normalidade.

Que será que se está a passar? A oferta está equilibrada com a procura, quando nesta altura do ano o mais comum é que costume haver menos oferta e mais procura e isso significa uma forte subida das cotações, não apenas em Portugal mas em todos os países do Sul da Europa, como é o caso da Espanha. O consumo de carne de porco não está no seu máximo, a procura de porcos para abate não é grande e as ofertas de porcos por parte dos produtores chegam para fornecer o mercado. Tudo equilibrado.

Equilíbrio no mercado implica manutenção das cotações.

A Espanha também manteve a sua cotação nesta quinzena (1.256€/kg PV, aproximadamente 1,674€/kg carcaça) tendo havido uma descida dos pesos em carcaça de cerca de 1,15kg. A onda de calor em Espanha está a ter os seus efeitos na redução do crescimento dos porcos e isso têm-se manifestado nos pesos. Apesar desta forte descida no peso, não foi por este facto que as cotações subiram além de que os pesos médios de 2015 estão um pouco (+300gr) acima dos pesos da mesma altura em 2014.

Com o intuito de reduzir a procura, os matadouros da Catalunha irão matar apenas 4 dias por semana durante o mês de Julho. Veremos que efeitos (positivos ou negativos) esta medida trará ao mercado do porco do país vizinho já que os mesmos se acabarão por reflectir no mercado português.

E além disso, não há que esquecer que a carne da stockagem privada irá começar a entrar no mercado. Será no mercado da exportação, é certo mas será menos carne fresca e/ou refrigerada que se venderá dos porcos que serão abatidos nas próximas semanas.

A Alemanha subiu ligeiramente a sua cotação +0,02€ fixando-se em 1,42€/kg carcaça. O mercado neste país parece ter estabilizado e está mais equilibrado. Há menos oferta de porcos por parte dos produtores. O forte calor que se tem feito sentir na Alemanha tem atrasado o crescimento dos porcos e isso também tem levado a uma menor oferta dos mesmos para abate.

Apesar desta estabilização no mercado alemão, continua a haver algumas “guerras” entre matadouros quanto à cotação paga aos produtores pelos seus porcos, já que a Danish Crown (matadouro dinamarquês que tem unidades de abate na Alemanha) tem andado a pagar abaixo da cotação de referência do mercado alemão e isso traz grande instabilidade visto que os outros matadouros ficam em desvantagem e também querem pagar menos pelos porcos dos seus fornecedores.

Com a estabilização da Alemanha, os seus vizinhos também tiveram mercados estabilizados. A Holanda baixou 0,01€ ficando a sua cotação em 1,31€/kg carcaça e a Bélgica subiu 0,01€/kg PV ficando a cotação em 0,96€/kg PV.

A Dinamarca também baixou a sua cotação em -0,01€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,26€/kg carcaça esta quinzena.

A França também subiu ligeiramente a sua cotação esta quinzena, sendo que a subida foi de 0,016€/kg carcaça fixando-se a cotação em 1,355€/kg carcaça, sendo que cotação na segunda semana do mês subiu 0,028€ (a menor subida na quinzena deveu-se às descidas que aconteceram no início do mês). O peso médio também baixou 350g nesta quinzena devido ao calor e isso manifesta-se na redução da oferta. Veremos se continuará a haver condições para que as cotações continuem a subir visto que há tendência de que a redução dos pesos e da oferta de porcos também continue.

O mercado Europeu do porco anda com grandes dificuldades e os produtores estão a ser fortemente lesados com isso. As cotações deveriam estar mais altas e tal não acontece. Considerando esta situação de crise que o sector atravessa, foi posta em cima da mesa, em Bruxelas, a possibilidade de serem atribuídas ajudas ao sector. Esta possibilidade foi de imediato rejeitada pelo Comissário Phil Hogan pois tinha havido ajudas ao sector há poucos meses atrás, com a strockagem privada. Veremos se os países Europeus terão força suficiente para pressionar a Comissão a tomar medidas de auxílio ao mercado do porco, se as coisas continuarem como estão.

As próximas semanas são cruciais para a definição do verão, no que diz respeito às cotações do porco. Esperemos que o mercado possa evoluir favoravelmente de forma a aumentar as receitas por parte de toda a Fileira do porco portuguesa.

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