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Quando se esperava manutenção das cotações, eis que esta voltou a descer em Portugal

Quando se previa que a cotação dos porcos em Portugal iria manter-se na segunda quinzena de Novembro, eis que voltou a descer novamente 0,025€/kg.

30 de Novembro de 2012

Quando se previa que a cotação dos porcos em Portugal iria manter-se na segunda quinzena de Novembro, eis que voltou a descer novamente 0,025€/kg. E porquê? Porque Espanha também desceu. O mercado em vários países Europeus anda conturbado e isso reflecte-se na cotação dos porcos. Em Portugal não é diferente, ainda para mais sendo o nosso mercado bastante dependente da entrada de porcos para abate oriundos de Espanha.

Um factor em desfavor dos suinicultores é o facto de a cotação da Bolsa do Porco ser, na última semana do mês, de 1,955€/kg carcaça 57% músculo e haver matadouros que estão a pagar esses mesmos porcos a 1,70€/kg. Ou seja, menos 0,255€/kg.

Com efeito, em Espanha a cotação baixou mais do que em Portugal, sendo o valor de 0,026€/kg P.V. (aproximadamente 0,034€/kg carcaça). Esta descida reflecte as dificuldades actuais do mercado do porco espanhol. Os pesos dos porcos subiram e há alguma dificuldade em fazer repercutir no preço da carne as anteriores subidas de preço dos porcos. A crise começa a ter mais efeitos na economia espanhola.

Por outro lado, os espanhóis também não quiseram perder margem de manobra nos mercados internacionais e tiveram que acompanhar a Alemanha na sua descida de preço. Com efeito, os alemães baixaram entre 0,05€ a 0,08€/kg carcaça nesta quizena e tornaram-se mais competitivos nos mercados de Países Terceiros. Na realidade, as exportações para a Rússia (mercado preferencial de Países Terceiros da carne alemã) tem reduzidos as suas compras. Junta-se a isto uma redução do consumo interno alemão e está justificada a forte descida alemã.

Como é habitual acontecer, as descidas alemãs arrastam os preços na Holanda e na Bélgica. E assim foi! A Holanda baixou 0,08€/kg e a Bélgica baixou 0,05€/kg carcaça.

Mas se as exportações para Países Terceiros estão em queda, parece que não é para todos os Países da U.E.. A Dinamarca, com todas estas descidas em todos os Estados Membros da U.E., subiu a sua cotação em 0,04€/kg. Comportamento excelente do mercado dinamarquês que vive, principalmente, à conta das exportações para o Extremo Oriente.

Finalmente a França em que a cotação também baixou 0,048€/kg carcaça esta quizena. Apesar de ter iniciado a quinzena com uma subida, o mercado francês não "aguentou" e viu-se obrigado a acompanhar as descidas da restante Europa. Neste País o mercado da carne está "pesado" o que dificulta a valorização dos porcos.

Esta semana o Eurostat publicou alguns dados sobre o sector suinícola Europeu. Assim, no que diz respeito aos abates em 2012, e previsões de abate para 2013, estes apresentam diminuições para quase todos os Países (reflecte uma redução das ofertas de porcos para abate em função das reduções
de efectivos que tem havido um pouco por todo o lado) com excepção da Espanha que aponta um aumento de 5,3%, enquanto a Dinamarca espera uma diminuição de 4,7%, a Polónia de -5,2% e a França -2,7%.

Em relação às exportações para Países Terceiros, cujos dados foram apresentados no Comité de Gestão da Organização Comum de Mercado realizado a 22 de Novembro passado, estes apontam para uma redução. Nos primeiros 9 meses do ano as exportações para Países Terceiros reduziram-se 2% (2326699 tons.) quando comparadas com o mesmo período do ano 2011, onde foram batidos todos os records de exportação da U.E. (2373957 tons.). Os principais destinos continuam a ser a Rússia, a China e Hong Kong com 24,9%, 17,8% e 12% se bem que para a Rússia e Hong Kong estas se tenham reduzido 9% e 31% respectivamente no mesmo período temporal. Pelo contrário, as exportações para a China aumentaram 54%.

Outro dado importante, e recorrente, é o elevado preço das matérias-primas que continua a ser uma "Espada de Damocles" sobre a cabeça dos suinicultores. Estas continuam com tendência altista e sem previsão de descida, o que implicará a manutenção de preços altos das rações. Custos de produção elevados tornam a actividade menos rentável.

Entramos agora no mês de Dezembro, mês que por natureza costuma ser de mercado fluido na venda de carne de porco em Portugal. Esperemos que assim seja para que se possa enfrentar a entrada em 2013 com outro espírito, principalmente porque será um ano muito complicado e difícil para Portugal mas também porque se iniciam as novas regras de bem-estar animal nos suínos e teremos que esperar para ver qual a redução de efectivos que existirá no nosso País. Menos porcos, mais dependência do exterior, menos
riqueza Nacional.

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