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Quão frequentes são os defeitos genéticos? (1/5)

As explorações de suínos vêem-se confrontadas com o aparecimento de defeitos genéticos. Qual será a sua incidência e quais os defeitos mais frequentes?

Os defeitos genéticos incluem várias desordens graves, controladas por um ou vários genes (poligénicos) e/ou que incluem factores não genéticos ou ambientais. Também há desordens que aparecem en familias mas sem suficientes evidências para concluir que genes estão implicados. Podem encontrar-se imagens da maioria dos defeitos em “A colour atlas of diseases and disorders of the pig” de Smith, Taylor e Penny (1990).

Assim que, qual é a incidência destes defeitos genéticos? Há muitos artígos na literatura mas a maioria referem-se a um número pequeno de individuos e/ou não definem genotipos ou ambientes. A seguir há um resumo de quatro artígos distintos com “bons” dados:

Steane,
1985
Partlow,
1993
Bampton,
1994
Done,
1972
Média
Atrésia anal 0,30 0,15 0,12 0,23 0,20
Splayleg
0,15 0,87 0,21 0,70 0,48
Hérnia inguinal/escrotal - - 0,13 0,56 -
Hérnia umbilical
0,30 0,39 0,28 0,11 0,27
Criptorquídia
0,24 0,39 0,02 0,22 0,22
Hermafroditismo
0,09 0,08 0,04 0,06 0,07
Cauda em espiral
1,70 - 0,03 0,40 0,71
Defeitos nas orelhas
0,76 - 0,08 0,03 0,29
Palato fendido - - 0,01 - -
Deformações nas extremidades - - 0,22 0,06 -
Ptiriase rosada - - - 0,21 -
Tremores - - - 0,06 -
Defeitos genitais femininos - - - 0,08 -
Outros
0,42 1,21 1,76 0,05 -
Total 4,96 3,09 2,87 2,77 3,42

Baseando-nos nestes dados, o splayleg parece ser o defeito mais comum dos que têm consequências económicas.


Lechón con splayleg
Leitão com splayleg


Note-se que alguns defeitos são raros, incluindo leitões siameses, palato fendido e defeitos de mandíbula.

Lechones siameses
Leitões siameses

Na tabela seguinte pode-se apreciar a significativa variação entre populações das percentagens estimadas para defeitos concretos. Contudo, nestes estudos mostra-se que valores entre 2,5-5,0 % podem considerar-se “normais”. Um factor que comporta diferenças entre populações é a eleição do genótipo. Por exemplo Done et al reportaram que a incidência nas ninhadas de fêmeas Large White x Landrace dependem da raça do macho:

Macho LW Macho Landrace
Atrésia anal 0,14 0,31
Splayleg 0,14 1,25
Hérnia inguinal/escrotal
0,44 0,67
Hérnia umbilical
0,16 0,05
Criptorquidia
0,13 0,31
Cauda em espiral
0,70 0,09
Ptiriase rosada
0,08 0,33
Outros
0,20 0,43
Total 1,99 3,44

Outro exemplo de diferenças raciais é a incidência de melanomas, que é significativamente mais alta em Duroc e em certas raças miniatura desenvolvidas para investigação médica.

Lechón con melanoma

Melanoma

Os estudos citados reflectem a genética e o maneio de há uns 20 anos pelo que, recentemente, se levou a cabo um inquérito confidencial no núcleo/multiplicador de uma grande empresa de genética maternal (Large White e Landrace) de quatro anos de duração que finalizou em Março de 2010. No total examinaram-se 175.843 leitões de raça pura ou F1, avaliados por técnicos treinados que anotaram cada leitão nascido durante as primeras 12 horas de vida para estabelecer a incidência de defeitos congénitos (vistos ao nascimento):

Defeitos em % dos nascidos totais
Hérnia inguinal/escrotal
0,383
Hérnia umbilical
0,001
Genitais fêmea
0,020
Criptorquidia
0,410
Hermafroditismo
0,080
Outros
0,010
Total
0,904

Fizeram-se revisões adicionais aos 45 kg ± 5 Kg e aos 95 kg ± 9 kg para estimar a incidência dos defeitos que apareceram posteriormente:

Defeitos entre o nascimento e os 95kg
Hérnia inguinal/escrotal
0,65
Hérnia umbilical
0,48
Genitais fêmea
0,02
Defeitos extremidades
0,15
Outros
0,09
Total
1,39

Note-se que mais da metade dos defeitos totais se identificaram na fase de crescimento e engorda, pelo que os defeitos congénitos são só uma pequena parte do total de defeitos observados numa população.

É frequente que as explorações tenham “tormentas” onde a incidência seja superior aos valores citados, especialmente em períodos curtos. Isto é especialmente certo nas hérnias e no criptorquidismo onde são frequentes incidências de 5,0 %. Estes defeitos, junto com as consequências económicas e o controlo dos defeitos serão abordados em próximos artigos.

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