13 de Junho de 2024
A cotação dos porcos em Portugal voltou a não ter qualquer alteração na primeira quinzena de Junho, tendo-se mantido em 2.53€/kg carcaça na Bolsa do Porco. São 12 semanas consecutivas, ou 3 meses, sem qualquer alteração da cotação dos porcos na Bolsa do Porco.
Se por um lado esta situação poderá ser considerada confortável para os agentes da Fileira, já que as cotações se mantêm altas, por outro há a sensação, de há umas semanas a esta parte, de que as cotações deverão subir pois é nesse sentido que o mercado se inclina.
Esta estabilidade no mercado, mas com a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, irá haver uma subida, leva a que haja alguma retenção de porcos por parte dos produtores com a evidente subida dos pesos. Em todo o caso, mesmo com porcos mais pesados, os matadouros não se queixam, nem aplicam desvalorizações no preço pago aos produtores, até porque sabem que há poucos porcos e que, de um momento para o outro, esses porcos poderão ser enviados para outro matadouro, caso haja penalizações por causa do peso.
Na Europa, a Espanha deu um ligeiro sinal de subida, que não foi acompanhado pelos restantes mercados Europeus, principalmente pela Alemanha, até porque, com o início do Campeonato da Europa de futebol nesta 6ª feira dia 14 de Junho, esperam-se aumentos de consumo naquela país com o consequente aumento da procura. Veremos como se irá comportar o mercado alemão, que tem sempre grande influência sobre os mercados dos países vizinhos, como são o caso da Bélgica e dos Países Baixo, bem como da Dinamarca.
A Espanha quis dar um sinal de que, apesar dos pesos elevados dos porcos, a oferta é curta e será ainda menor nas próximas semanas. Por um lado, porque começaram a subir as temperaturas e isso implica reduções do crescimento dos porcos e, por outro, porque aumentará o número de turistas que fará aumentar o consumo de carne de porco e, mesmo que a forte entrada de leitões de importação em Janeiro e Fevereiro, toda a gente sabe que a oferta de porcos para abate será inferior à procura, pelo que, nada melhor do que começar já a subir, paulatinamente, os porcos.
Aguardemos para ver o que nos trazem as próximas semanas, no que às cotações dos porcos diz respeito, mas as perspectivas de curto prazo são favoráveis aos produtores.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,005€/kg PV (+0,007€/kg carcaça) na primeira metade de Junho, para 1,805€/kg PV (2,407€/kg carcaça). Os pesos estão cerca de 1,3kg acima do peso do ano passado.
Na Alemanha, a cotação manteve-se em 2,20€/kg na primeira quinzena de Junho. Os pesos baixaram 100g para os 97,6kg em carcaça. Houve análises diferentes do mercado alemão por parte de produtores e matadouros. Os produtores do sul da Alemanha, que até à semana passada pretendiam uma subida, aceitam a manutenção. Os produtores do Norte de Alemanha, que aceitavam uma manutenção nas semanas anteriores, defendiam agora uma subida. Os matadouros, que pretendiam uma descida da cotação, optaram agora pela manutenção. Tal como referi acima, o mercado alemão aguarda, com muita expectativa, de que forma irão evoluir os consumos com o Campeonato da Europa, de forma a definir melhor a evolução das suas cotações.
Nos Países Baixos a cotação manteve-se em 2,02€/kg na primeira quinzena de Junho.
Na Bélgica a cotação também se manteve nesta primeira quinzena de Junho em 1,60€/kg PV. O mercado interno está calmo, apesar de ter porcos muito pesados. Em todo o caso, e apesar de muito pesados, os porcos existentes são inferiores às necessidades do mercado belga.
Na Dinamarca a cotação também se manteve na primeira quinzena de Junho, neste caso em 1,61€/kg carcaça.
Em França, a cotação subiu 0,018€/kg carcaça na primeira metade de Junho, para 2,021€/kg carcaça. Os pesos baixaram 600g tendo-se fixado em 96,6kg e estão 300g acima dos pesos do ano passado nesta mesma quinzena. Após 9 sessões consecutivas sem qualquer alteração da cotação no MPB (a Bolsa francesa define cotação duas vezes por semana, às 2ªs e às 5ªs ferias), finalmente aparece uma subida da cotação, estimulada pela redução da oferta o que “obrigou” os matadouros a terem que pagar mais pelos porcos. A tendência das próximas semanas é de subida.