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30 de Janeiro de 2025
A cotação dos porcos, em Portugal, baixou 0,03€/kg carcaça fixando-se em 2.217€/kg carcaça, na Bolsa do Porco, na segunda quinzena de Janeiro.
O mercado português tem a oferta equilibrada com a procura, apesar de haver alguns porcos pesados, mas não foi por isso que a Bolsa do Porco desceu 3 cêntimos a sua cotação. A descida deu-se em função da descida espanhola que, após as fortes descidas da Alemanha e para ter a sua carne com alguma competitividade no mercado europeu, também desceu a sua cotação.
A Alemanha, com algum excesso de oferta de porcos para abate e com os pesos em carcaça a raiar os 100kg, apesar de já ter começado a baixar o peso, a que se juntou o aparecimento de um foco de Febre Aftosa numa exploração de búfalos de água, nos arredores de Berlim, desceu com significado as suas cotações e isso trouxe alguma instabilidade nos mercados vizinhos e em Espanha.
Até este momento, não apareceu mais nenhum foco de febre Aftosa na Alemanha, pelo que se acredita que o problema possa ficar por aqui.
Após a descida na Alemanha, a cotação já voltou a estabilizar e, a menor quantidade de carne que a Espanha possa vender nos mercados europeus, poderá ser compensada por um aumento de vendas para mercados de Países Terceiros, ocupando o espaço deixado vago pela Alemanha. Os germânicos viram proibidas as suas exportações de carne de porco, devido à Aftosa, para a Coreia do Sul e para o Reino Unido e estes mercados poderão comprar mais a Espanha.
A desconfiança para com a Alemanha, no que toca a este problema sanitário continua e, mesmo que não volte a aparecer mais nenhum foco de Aftosa, tardará ainda uns meses para que regresse a confiança dos mercados europeus e mundiais, na carne alemã. E não só a confiança dos mercados europeus. A própria indústria alemã tem receio em comprar carne para processar carne ou congelar para processar dentro de algum tempo, pois se aparece mais algum foco de Aftosa, as vendas de produtos alemães (carne e transformados) irá reduzir-se substancialmente e essas empresas irão ficar com produto em casa.
Em Espanha, com a descida do peso dos porcos (segundo Mercolérida, os pesos desceram 325g em carcaça), houve condições para os produtores travarem a descida e que esta fosse bastante mais pequena do que a descida alemã. O mercado espanhol tem menos porcos do que aqueles que pode abater e, de uma semana para a outra, alteram-se as condições do mercado, permitindo evitar descidas na cotação.
No país vizinho continuam os problemas sanitários que implicam que haja menor oferta de porcos para abate e que haja lugares vazios em explorações de engorda. A reposição desses lugares vazios faz-se à custa da compra de leitões e a Holanda tem sido o maior fornecedor deste tipo de animais, até porque tem vendido muito menos leitões para serem engordados na Alemanha, em função do encerramento de explorações naquele país.
As próximas semanas deverão ser de consolidação do mercado do porco na Europa, podendo haver, mais para a frente no mês de Fevereiro, alguma possibilidade de alguma subida da cotação dos porcos.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação desceu 0,015€/kg PV (- 0,02€/kg carcaça) na primeira metade de Janeiro para 1,54€/kg PV (2,053€/kg carcaça).
Na Alemanha, a cotação voltou a descer 0,10€/kg carcaça na segunda quinzena de Janeiro para 1,72€/kg carcaça. Na última semana do ano, a cotação não sofreu alterações, pelo que é expectável que a descida se possa ficar por aqui, até porque houve uma ligeira descida de 200g no peso dos porcos.
Nos Países Baixos a cotação baixou 0,05€/kg carcaça para 1,63€/kg na segunda quinzena de Janeiro.
Na Bélgica a cotação baixou 0,05€/kg PV na primeira metade de Janeiro para 1,18€/kg PV. As tensões no mercado alemão influenciam a Bélgica. Houve aumento dos abates, mas os pesos também subiram. Com a estabilização da cotação alemã, na última semana do mês, a Bélgica também travou a descida.
Na Dinamarca a cotação desceu 0,02€/kg carcaça para 1,37€/kg carcaça na segunda quinzena de Janeiro. Os dinamarqueses continuam a queixar-se de falta de mão-de-obra para poderem abater mais porcos, até porque as vendas de carne para os Países Terceiros são razoáveis.
Em França, a cotação desceu 0,004€/kg carcaça para 1,685€/kg carcaça na segunda metade de Janeiro. Os pesos desceram 900g para 97,7kg e estão 1kg acima dos pesos do ano passado nesta mesma quinzena. A tendência do mercado permanece sem grandes alterações, com os compradores a não pressionarem uma descida dos porcos e os produtores a fazerem valer as suas posições de estabilização, até porque há menor oferta e isso reflectiu-se numa significativa descida dos pesos de abate.
