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Regressa a subida da cotação dos porcos na Europa

Em Portugal, tal como nos restantes países europeus, a cotação subiu ligeiramente na primeira quinzena de Maio, o que pode ser um bom prenúncio do que aí vem.

matadouro
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17 de Maio de 2019

Paulatinamente, a cotação dos porcos retoma a sua subida em toda a Europa após os feriados da Semana Santa, do 1 de Maio, do Armistício que causaram atrasos na saída dos porcos para abate e o consequente aumento dos pesos. Estes atrasos implicaram a estagnação das cotações e agora, que o calendário está “limpo” de feriados, as cotações recomeçam a subir. Até onde? Não sabemos, mas cada um pode dar o seu palpite. Em todo o caso, o peso dos porcos continua mais elevado do que há 1 ano atrás em função de todos os feriados que existiram e também de alguma retenção adicional que alguns produtores estão a fazer, pois sabem que de uma semana para a outra poderão vender os seus porcos mais caros.

Em Portugal, tal como nos restantes países europeus, a cotação subiu ligeiramente na primeira quinzena de Maio, o que pode ser um bom prenúncio do que aí vem.

No Extremo Oriente a Peste Suína Africana continua fora de controlo. Se bem que os chineses informem que no seu país os focos começam a estar controlados, é sempre relativo saber o que os chineses entendem por “começam a estar controlados”. No Vietname, de um momento para o outro (leia-se, em cerca de 1 mês e meio), foram confirmados mais de 2 mil focos de Peste Suína Africana que afectam mais de 1 milhão de 300 mil animais. Quantos mais focos e animais estarão para ser afectados no Vietname? Hong Kong também confirmou o seu primeiro foco e veremos como o rastilho se irá comportar no que diz respeito à disseminação da doença.

Com todos estes problemas sanitários no Oriente, o mercado põe-se de feição para os países Europeus no que toca à exportação de carne de porco e seus produtos para aqueles países, ainda para mais quando continua a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China que impede as exportações norte-americanas de carne de porco (e outros produtos) para o gigante asiático. Por outro lado, outro dos beneficiados será o Brasil, mas este país está a preferir exportar para a Rússia em detrimento das exportações para a China, o que deixa mais espaço para as exportações europeias.

O mercado europeu da carne de porco pode-se dividir, neste momento, em duas partes. O das empresas que exportam para a China e que se podem fazer valer disso para poderem vender carne a melhor preço, tendo também maior capacidade negocial perante as empresas europeias da grande distribuição e as empresas que não podem exportar para a China e que, compram porcos a preços da exportação para a China, mas que vendem carne a preços europeus do norte onde os consumos ainda não dispararam. Na realidade, há contratos assinados entre as empresas que vendem carne e a grande distribuição. Estes contratos têm preços definidos e a grande distribuição está pouco receptiva (para não dizer nada receptiva) a renegociar, em alta, os preços constantes nos contratos de fornecimento. Quiçá dentro de um par de semanas não tenham outra alternativa a não ser renegociar esse os preços de compra da carne de porco para venda ao consumidor.

No que se refere à cotações, a Bolsa do Porco subiu a sua cotação de referência em Portugal, 0,037€/kg carcaça na primeira quinzena de Maio.

Em Espanha a cotação também subiu 0,011€/kg PV (+0,015€/kg carcaça) passando a cotação para 1,371€/kg (1,828€/kg carcaça) na primeira metade de Maio. Os pesos estão mais altos 900g do que na mesma semana do ano passado, mas o mercado não se apresenta nada preocupado com esta diferença de peso.

Na Alemanha, a cotação subiu 0,03€/kg carcaça passando para 1,76€/kg carcaça sem que tenha havido alteração no peso de carcaça, que continua em 96,5kg de carcaça, apesar de que haja zonas onde os pesos estão mais elevados devido, principalmente, à retenção de porcos por parte dos produtores. A oferta de porcos para abate é reduzida, mas é suficiente para fazer face aos pedidos, também eles débeis, dos matadouros. Devido aos elevados preços da carne, as indústrias de transformação e os pequenos retalhistas têm reduzidos os seus pedidos aos matadouros, o que os obrigou a baixar entre 8 e 20 cêntimos os preços das diferentes peças. As temperaturas estão ainda frias, o que não ajuda a estimular o consumo de carne que costuma aumentar devido às tradicionais churrascadas alemãs.

Na Holanda a cotação manteve-se em 1,80€/kg carcaça. A oferta de porcos não é muito abundante mas os matadouros referem que estão com dificuldades em aumentar os preços da carne e por isso, mostram-se pouco disponíveis para aceitar subidas na cotação dos porcos. Na Bélgica a cotação subiu 0,01€/kg PV para 1,21€/kg PV.

A Dinamarca subiu 0,04€/kg carcaça passando a cotação para 1,49€/kg. As exportações para fora da U.E. estão a dar um forte impulso à subida dos preços na Dinamarca, visto que os supermercados e as indústrias de transformação, á semelhança do que está a acontecer na Alemanha e na Holanda, estão à espera que o tempo melhore para que as churrascadas possam estimular o consumo de carne de porco e o seu consequente aumento de preço.

Em França a cotação subiu 0,055€ nesta quinzena para se situar em 1,47/kg carcaça. Os pesos subiram 200g para os 95,8Kg e estão 630g acima do peso da mesma semana de 2018. Após a Páscoa e o 1 de Maio, no dia 8 de Maio também foi feriado, a que se juntou uma greve dos inspectores sanitários no dia 9. Tudo situações que impediram o normal funcionamento do mercado, e daí as subidas de peso. Todavia, a oferta de porcos não parece ser abundante e como as temperaturas têm estado frias, os consumos são menores. Como se espera que as temperaturas comecem a subir, os consumos de carne de porco também irão aumentar e isso irá trazer fluidez ao mercado francês, levando a potenciais subidas nas cotações dos porcos.

O mercado está bem e recomenda-se. Esperemos para ver como irão evoluir os consumos internos na U.E. e como se irão comportar os mercados orientais com o constante e ininterrupto aparecimento de focos de Peste Suína Africana que afectam cada vez mais explorações e mais animais num maior número de países.

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