Começamos uma série de artigos e entrevistas que nos levarão a recorrer e descobrir distintas explorações e sistemas produção em diferentes locais do mundo. Nesta secção, não iremos analisar as explorações mas apenas mostrá-las tal como são de forma a se poder descobrir diferenças entre sistemas produtivos a nível global.
Nesta ocasião estivemos na Colômbia, concretamente em Santo Domingo, no Nordeste antioquenho, região que pertence ao Departamento de Antioquia, uma das maiores zonas de produção de suínos na Colômbia.
A exploração que visitamos chama-se “La Bonita” e, sem dúvida, que o seu nome poderá vir do local onde se encontra situada no meio das montanhas tropicais, a 2000 metros de altitude e à que se acede após recorrer curvas e contra-curvas ascendendo por um cume de montanha. A exploração está a 65 quilómetros de Medellín, mas para lá chegar são necessárias quase duaos horas de viagem devido à sua extraordinária localização que lhe dá, à partida, um elevado estatuto sanitário.
A exploração pertence à empresa Agrocarnes “La Bonita” e trabalha com genética Hypor, distribuída pela Porcigenes S.A. que é a distribuidora exclusive da Hypor na Colêmbia e a quem temos que agradecer a ajuda prestada.
Na visita, fomos acompanhados por Hector Marín (encarregado de exploração), Andrés Felipe Vallejo (técnico comercial da Porcigenes S.A.), Nelson Adrian Restrepo (Hypor Key Account Manager na América Latina) e Carlos Martins (Departamento técnico Hypor).
Falamos de uma pequena exploração, construída há 4 anos para 140 fêmeas produtivas com um desenho realizado para poder duplicar esta capacidade no futuro e que, juntamente com outra exploração de 100 porcas produtivas, fazem o efectivo total actual da empresa que é de 250 porcas.
A exploração tem sítio 1 e sítio 2 na mesma fazenda numa estrutura repartida por três pavilhões bem diferenciados:
- Pavilhão de gestação 100% em jaulas.
- Pavilhão de maternidade com 3 salas de 12 jaulas cada uma que se ajustam ao número de partos por banda objectivo.
- Pavilhão de transição, ou sítio 2, com 4 salas de 144 lugares cada uma.
O sistema de produção da exploração na que trabalham de forma continua duas pessoas, baseia-se na produção de leitões até às 10 semanas de vida distribuídas em 3 semanas de lactação e 7 semanas no sítio 2.
A água utilizada na exploração é proveniente das próprias fontes que existem em seu redor donde se bombeia para um depósito onde é tratada unicamente com cloro. Toda a ração que se utiliza provém de uma empresa externa de alimentação.
Desde a introdução da nova genética na exploração que os seus resultados produtivos têm vindo a melhorar ano após ano até chegarem a níveis muito interessantes nos que se encontra actualmente:
% Taxa de partos | 89,6 |
Leitões nascidos totais | 13,2 |
Leitões nascidos vivos | 12,1 |
% Nascidos mortos | 3,89 |
Mortalidade pré-desmame | 7,9 |
Leitões desmamados por parto | 11,11 |
Partos fêmea e ano | 2,55 |
Leitões desmamados por fêmea e ano | 28,3 |
Peso ao desmame | 6,57 |
Quilos desmamados por fêmea e ano | 185,9 |
Maneio geral da exploração
La Bonita trabalha com um sistema de maneio em bandas de 2 semanas, onde a reposição é externa e realiza-se uma entrada mensal de animais de cerca de 70 kgs de peso e 4 meses de idade.
As marrãs adaptam-se na exploração em parques até que aos 220 dias são levadas para a gestação para se adaptarem às jaulas durante um cio para ser feito o despiste de cio e a cobrição ao cio seguinte com cerca de 240 dias de idade através de inseminação artificial convencional.
A gestação realiza-se 100% em jaulas alimentando duas vezes por dia até à entrada nas salas de maternidade onde após o parto se realiza uma lactação de 21 dias.
A alimentação na maternidade se realiza de forma manual chegando a dar até 8 refeições diárias o que maximiza o consumo da porca e permite chegar a um peso médio de leitão de 6,5 quilos.
Após o desmame, os animais de cada lote são todos levados para uma sala do sítio 2 ou baterias onde permanecem durante 7 semanas até atingirem um peso médio de 30 quilos. Daqui são enviados para as engordas da própria empresa onde se produz um porco de 115 quilos de peso vivo imunocastrado.
Nesta fase fomos surpreendidos, durante a visita, pelo tipo de comedouro utilizado já que, como podemos ver na foto, é um comedouro feito à mão para a própria exploração seguindo o modelo dos comedouros comerciais que temos hoje em dia.