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Estudo epidemiológico de sistemas de filtração do ar para prevenção de PRRSV

É certo que o seu custo é elevado, mas este tipo de investimentos pode não ser descabido quando se trata de proteger explorações com alto valor genético ou centros de inseminação.

29 Junho 2015
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Artigo

Alonso, C., et al., Epidemiological study of air filtration systems for preventing PRRSV infection in large sow herds. PREVET (2013), http://dx.doi.org/10.1016/j.prevetmed.2013.06.001

 

Resumo do artigo

O que é que estuda?

O estudo pretende quantificar o impacto da filtração do ar que entra, junto com as medidas de biossegurança habituais, sobre a redução dos surtos de PRRSV em regiões com uma elevada densidade de porcos.

 

Como é que estuda?

Durante 7 anos, foram comparadas 37 explorações de porcas (20 filtradas e 17 não filtradas), numa região de elevada densidade suína de norte americana, relativamente à incidência de novas introduções de PRRSV.

Quando aparecia um novo surto, era realizada uma análise filogenética das sequências ORF5 do PRRSV para identificar se o vírus era exógeno (introduzido) ou era igual aos dos isolados prévios da mesma exploração.

Também foi avaliada a influência de diferentes valores de corte (entre 2 e 10%) para a definição de caso e o risco relativo.

 

Quais são os resultados?

Nas explorações não filtradas houve 0,5 surtos anuais, com um aumento durante os meses frios. Antes de começar o "tratamento" de filtração, as explorações seleccionadas tinham 0,75 surtos anuais, o que é 50% mais que as explorações controlo. Quando estas explorações começaram a filtrar, o número reduziu-se até aos 0,06–0,22 surtos anuais.

 

Quais as conclusões que se extraem deste trabalho?

A filtração de ar reduziu o risco de introdução de novos PRRSV nas explorações de porcas em, aproximadamente, 80% pelo que, se as medidas de biossegurança forem boas, nas zonas de alta densidade suína aproximadamente 4/5 dos surtos de PRRSV podem ser atribuídos à transmissão por aerossol.

 

filtros

Enric MarcoA visão a partir do campo por Enric Marco

O controlo de PRRS é difícil, e mais ainda em zonas de elevada densidade suína. Os ressurgimentos de surtos nas explorações positivas, causados por novas introduções de vírus produzem-se com uma frequência elevada. Nas nossas condições, esta frequência situa-se à volta de 2-3 anos (segundo alguns estudos) ainda que evidentemente com uma elevada variabilidade.

A transmissão aerógena, pelo menos na Europa, nunca foi considerada como a causa principal de novas infecções, a não ser que as explorações infectadas se localizem a escassa distância das infectantes. De facto, alguns dos artigos publicados na Europa situam-nas numa percentagem inferior a 2% (Le Potier, et al. 1997). Esta percepção era também comum nos Estados Unidos durante a década de 90, mas mudou nos últimos anos após ser provado que a via aerógena é uma possibilidade real e, segundo este artigo, frequente (80% das novas infecções). É certo que o vírus americano (tipo 2) é diferente das estirpes europeias (tipo 1) e possivelmente isto possa ter a sua influência na via de transmissão, da mesma maneira que pode ter a estrutura produtiva do médio oeste de Estados Unidos, também muito diferente da europeia (tanto no tamanho da exploração, como no tipo de exploração). Mas convém ter muito presentes as suas descobertas no momento de contemplar o controlo da doença nas zonas densas.

A redução do risco de sofrer uma nova infecção por via aerógena nas nossas condições sempre foi conseguida procurando construir as explorações em localizações remotas. No entanto, em certas zonas de alta densidade, a filtração pode ser uma alternativa. É certo que o seu custo é elevado, mas este tipo de investimentos pode não ser descabido quando se trata de proteger explorações com alto valor genético (das quais dependam outras) ou centros de inseminação.

Mas não posso senão aproveitar esta oportunidade para recordar o que já foi comentado em artigos anteriores, a biossegurança de uma exploração deve contemplar todas as possíveis vias de introdução de uma nova infecção, pelo que a filtração não deve supôr a substituição de outras medidas de contenção como são os cais de carga, valados, controlo de visitas, controlo sobre o material, etc. deve sim ser adicionada às mesmas. Além disso, nas zonas densas, o controlo do PRRS deveria incluir medidas comuns como comunicação de novos surtos e acompanhamento dos mesmos, planos profiláticos iguais com os mesmos tempos de execução, programas limpeza e desinfecção de transporte, etc.

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