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Quais são as soluções para a falta de mão-de-obra nos matadouros europeus?

Os matadouros e as empresas de desmancha planeiam desenvolver a automatização das suas linhas de produção, mas enfrentam numerosas limitações que complicam o seu arranque...

21 Novembro 2022
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Durante anos, a indústria das carnes tem tido escassez de pessoal para levar a cabo as actividades de abate, desmancha e processamento da carne. As linhas de desmancha mobilizam muitos operários para operações básicas. Muitas das acções realizadas pelo pessoal são difíceis de automatizar. Apesar das recentes melhorias após um investimento considerável, o sector continua a necessitar de mão-de-obra. As duras condições de trabalho ligadas ao frio, à humidade, ao ruído e às más posturas explicam as dificuldades na contratação de pessoal. Esta escassez de mão-de-obra não se limita à Europa Ocidental já que a observamos em toda a União Europeia e na América do Norte. Durante muitos anos, a indústria das carnes de vários países tem dependido de trabalhadores da Europa de Leste, mas estes não são suficientes para satisfazer as necessidades laborais. Para continuarem a ser atractivos, os matadouros aumentaram os salários, o que gerou maiores custos de produção. Para superar esta escassez e o aumento dos custos laborais, foram realizados investimentos destinados a automatizar alguns dos processos.

As normativas nacionais para melhorar as condições de trabalho, limitando as cargas transportadas ou inclusive o tempo de exposição ao frio, estão a impulsionar o desenvolvimento da automatização. O bem-estar dos empregados é uma das motivações para levar a cabo estas inovações se bem que o desenvolvimento da automatização nos matadouros de suínos é más complexo que noutros sectores como o avícola. A carne de porco é comercializada através de uma grande gama de produtos para uma grande variedade de clientes, nacionais e de exportação. Muitos clientes pedem produtos específicos como pernas desossadas, cortes específicos de peças... As adaptações da linha de abate com máquinas ou robots representam grandes investimentos de difícil implementação. A maquinaria necessária para processar a carne de porco é maior do que, por exemplo, a necessária para o processamento de aves e necessita mais espaço e mais empregados do que os necessários para a mesma operação. Os matadouros não têm espaço suficiente, o que implicaria grandes alargamento. Para além do custo, um projecto para construir um novo matadouro enfrenta a uma forte oposição dos habitantes locais que não desejam ter que enfrentar os incómodos do transporte de animais e carne. Por outro lado, para atrair trabalhadores, alguns matadouros oferecem alojamento ao seu pessoal. Esta prática acontece em países com uma grave escassez de habitação como a Alemanha e isto conduz a custos mais elevados para os matadouros.

Parte da solução está na organização do trabalho para atrair empregados de outros sectores. Para alargar o potencial laboral, adaptaram-se as linhas e alteraram-se os horários para que haja mais funções que possam ser desempenhadas por mulheres. Por exemplo, algumas empresas modificam o horário de trabalho das equipas para que os pais possam levar os filhos à escola de manhã e ao final do dia. A rotação de pessoal pouco qualificado nas instalações de desmancha é elevada. Além disso, as múltiplas nacionalidades das equipas também obrigam a adaptar a gestão. Para facilitar a execução, a manipulação das diferentes peças estão representadas em frente a cada operador através de fotos com instruções em vários idiomas. Os trabalhadores já não necessitam ser especialistas. A escassez de trabalhadores está a empurrar as empresas europeias, particularmente na Alemanha, a transferir para localidades mais pequenas, por vezes geograficamente mais afastadas das áreas de produção, onde o desemprego é alto e há mão-de-obra disponível. Isto torna possível contratar a população local em vez de trazer empregados estrangeiros. A regionalização da produção é apreciada pela sociedade, especialmente depois da pandemia de Covid, durante a qual os produtos locais ganharam importância. Este tipo de implementação responde a uma estratégia de gestão de riscos das empresas com o objectivo de bloquear o menos possível a actividade no caso de haver problemas num determinado sítio. Pelo contrário, algumas empresas, estão a considerar a deslocalização das suas actividades.

A automatização, a robotização e a digitalização são vias para solucionar a crescente escassez de mão-de-obra e também para ganhar competitividade. Está a haver uma corrida à automatização entre as empresas dos países produtores e exportadores de carne de porco.

Os fabricantes de equipamentos, sob o efeito da competitividade, estão a inovar para oferecer novos sistemas automáticos. Devem-se superar obstáculos e limitações para o desenvolvimento de linhas de produção automatizadas, como as dificuldades de corte das carcaças de porco, a pressão social, as regulamentações, o uso de técnicos qualificados, o nível considerável de investimento e a optimização do espaço de produção das instalações.

Uma transformação das empresas da carne de porco está em marcha...

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