17 de Junho de 2016
Mais uma significativa subida de 0,09€/kg carcaça na cotação dos porcos na primeira quinzena de Junho ocorreu na Bolsa do Porco, passando esta para 1,671€/kg. Esta cotação permite que os produtores possam estar acima da “linha de água” em relação ao custo de produção.
Sabemos que este não é o preço que os suinicultores realmente recebem pelos seus porcos, mas mesmo com alguma diferença entre a cotação da Bolsa e o preço médio realmente recebido, creio que a grande maioria dos produtores estará, neste momento, a receber porcos acima do seu custo de produção. Paulatinamente, os produtores começam a recuperar perdas dos meses anteriores.
O mercado anda fluido e com falta de porcos. Estes são mais procurados e os pesos têm-se reduzido com algum significado. Para as próximas semanas irá aparecer ainda menor oferta de porcos para abate já que irá aparecer a redução sazonal de porcos que costuma ocorrer por esta altura do ano (Junho, Julho e parte de Agosto) devido à venda de leitões na altura do Natal e ao aumento dos retornos e abortos de Setembro e Outubro que reduz a taxa de partos e a consequente diminuição de animais para abate neste época do ano.
Espera-se, portanto, que o mercado continue com grande fluidez, sem problemas para escoar porcos para abate e que os preços possam ainda subir mais um pouco para depois virem a estabilizar.
Outro dado importante para o mercado português do porco, é a Espanha continuar a vender grandes quantidades de carne de porco à China. Algumas fontes referem que estes envios continuarão com grande dinâmica mesmo durante os primeiros meses de 2017. A ser assim, o mercado Europeu do porco irá ter bons resultados no que resta deste ano e para o arranque do próximo, apesar do Brasil já ter começado a “explorar” a possibilidade de enviar carde de porco para a China e poder vir a ser um concorrente da UE naquele destino asiático.
Assim sendo, a Espanha com o mercado do porco a apresentar grande procura de porcos para a abate (procura superior à oferta), implicando uma reiterada descida dos pesos de abate, também subiu a sua cotação nesta quinzena em Lérida. O valor da subida foi 0,065€/kg PV (cerca de 0,087€/kg carcaça) ficando a cotação em 1,208€/kg PV (cerca de 1,611€/kg carcaça).
A Alemanha voltou a subir a sua cotação mas apenas 0,03€/kg carcaça, fixando-se a cotação em 1,51€/kg. Os pesos voltaram a descer mas houve uma situação que desestabilizou um pouco o mercado. A subida inicialmente proposta pelos produtores foi de 0,05€/kg e os matadouros queriam uma manutenção (1,48€) tendo-se vivido uma situação de 2 preços na semana. No final, houve um acordo para que a subida fosse apenas de 0,03€, que acabou por satisfazer ambas as partes. Por um lado os matadouros aceitavam uma subida no preço, mas não tão elevada como a que os produtores propunham e estes não aceitavam uma manutenção do preço, tendo este acabado por subir os tais 0,03€/kg. Na Alemanha espera-se que o tempo melhore para que o mercado interno seja estimulado ao consumo (bom tempo na Alemanha é sinal de churrascadas e do consequente aumento do consumo de carne de porco). Em todo o caso, a Alemanha continua a exportar em muito bom ritmo para o Extremo Oriente, principalmente para a China.
Nesta quinzena, tanto a Holanda como a Bélgica subiram as suas cotações. A Holanda subiu 0,06€/kg carcaça para os 1,47€/kg carcaça e a Bélgica subiu 0,04€/kg PV para 1,06€/kg PV.
A Dinamarca também voltou a subir a sua cotação esta quinzena em 0,04€/kg carcaça, fixando-se em 1,34€/kg carcaça.
Em França a cotação subiu 0,075€/kg carcaça, fixando-se a cotação e 1,326€/kg carcaça. Os abates continuam em bom ritmo e os pesos baixaram 800gr em 2 semanas, estando agora nos 93,9kg carcaça. Boa fluidez no mercado francês que deverá ser ainda mais ajudada pelo enorme número de visitantes que este país vai tendo devido à realização do Euro 2016.
A primeira metade do mês de Junho foi boa para o mercado do porco. Espera-se que a segunda metade seja boa mas provavelmente mais calma do que a primeira. Em todo o caso, e o que é importante, é que que as cotações tenham condições para ir subindo, mesmo que as subidas sejam inferiores à ocorridas até aqui ou que, no limite, as cotações se mantenham neste nível durante bastantes semanas.