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28 de Setembro de 2012
Após a subida nas duas primeiras semanas de Setembro, a cotação na segunda quinzena de Setembro manteve-se (2,13€/kg carcaça para porco 57% músculo e 2,20€/kg carcaça para o porco selecção). Este mês de Setembro tem sido verdadeiramente atípico no mercado do porco. Redução da oferta e aumento da procura que levam a que haja porcos com muito pouco peso vivo a serem abatidos nos matadouros portugueses, venda de elevados volumes de porcos para Espanha eis o que se passa no mercado Nacional e que permitiu que não houvessem as tradicionais descidas de cotação em Setembro.
Boas perspectivas para o resto do ano é o que se prevê para o mercado português do suíno, com cotações elevadas e sem dificuldade de escoamento dos animais para abate.
Em Espanha, na Bolsa de Lérida, a cotação também se manteve nesta quinzena. As informações vindas do País vizinho referem que os porcos estão com pesos muitos baixos em relação ao habitual para esta altura do ano (cerca de 2kg mais leves que o ano passado) o que demonstra um mercado fluido, já que os matadouros continuam a pedir porcos para abater, e com tendência de manutenção dos preços altos para os produtores.
Nos restantes Países da U.E. o preço dos porcos subiu esta quinzena, pouco é certo, mas subiu.
Assim, a Alemanha, a Holanda e a Bélgica subiram 3 cêntimos e a Dinamarca subiu 2 cêntimos. Os mercados estão fluidos. Os abates seguem em bom ritmo e há alguma menor oferta de porcos para abate. Por outro lado, a forte redução de efectivos no Leste da Europa (seja por abate de porcas devido às perdas económicas e financeiras dos produtores do Leste, seja por abates sanitários devidos à Peste Suína Africana na Rússia e na Ucrânia) tem permitido que as vendas de carne para o Leste se façam com facilidade e em bom ritmo.
Com esta redução de porcos para abate no Leste, a polónia tem tentado comprar porcos na Alemanha para abate. O número de cabeças que chegam a ser enviados para os matadouros polacos é de cerca de 40000 porcos semanais. Os matadouros alemães têm interesse em abater os porcos e a não deixá-los ir para a Polónia. Este facto tem ajudado à manutenção de preço e a que tenha havido alguma tentativa de fazer subir o preço dos porcos germânicos.
O mercado francês também acompanhou os mercados espanhol e português e praticamente manteve a sua cotação nesta quinzena. Em França há menor oferta de porcos para abate já que o seu efectivo reprodutor reduziu-se bastante durante o ano passado (-3,2% em 2012 quando comparado com a mesma altura de 2011 - crise a quanto obrigas) e isso está a reflectir-se nas ofertas para abate deste ano. Num País que não importa leitões para engordar e que não vende porcos vivos para abate, a redução de 6% de animais para abate é consequência da redução de efectivo reprodutor.
Na realidade, segundo os dados do Eurostat, os efectivos reprodutores reduziram-se, em 2012 quando comprados com 2011, em todos os grandes Países produtores da U.E., senão vejamos, com dados comparativos relativos a Maio em Espanha -2,8%, na Holanda -3,6%, em Itália -13,1%, na Hungria -5%, na Polónia -9,6%. A Polónia, que era o País que tinha o terceiro maior número de reprodutoras quando aderiu à U.E., neste momento já foi ultrapassado pela França e pela Holanda.
O mercado Europeu do porco está bom e recomenda-se, se bem que a primeira quinzena de Outubro tenha uns feriados em diversos países Europeus que levarão a que haja dias a menos de abate. Desde logo o 5 de Outubro em Portugal, mas principalmente o dia 3 de Outubro na Alemanha (dia da Unidade Alemã) e o dia 12 de Outubro em Espanha (dia da Hispanidade). Veremos que efeitos esta redução de um dia nos abates terá na variação (se é que irá haver alguma) da cotação dos porco.
