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Comecemos pelo pior, falemos de preços e sem anestesia!
O milho, quer seja de nova ou velha colheita, está cotado à volta de 270 €/Tm sobre o porto. O bagaço de soja 44% ao redor de 520€/Tm (depois de baixar ligeiramente). O que aconteceu? Muito simplesmente cumpriram-se as previsões mais pessimistas: seca nos Estados Unidos e escassez de chuvas no Mar Negro, o que levou a que a colheita mundial fosse qualificada como boa e não como excelente. Para a colheita de trigo mais do mesmo, com a agravante de que os trigos com origens tradicionalmente mais baratos (Mar Negro) sejam possivelmente os mais afectados. N a Rússia a previsão é de 14 milhões de toneladas, menos que na campanha anterior, o significa um saldo exportador de 8 milhões de Tm. No caso da Ucrânia a colheita rondará as 14 milhões de Tm por oposição aos 22 milhões da última campanha. Além disto é possível que a falta de chuvas tenha afectado também os rendimentos da soja a pouco mais de um mês da colheita.
Como sempre, perante esta torrente de más noticias os fundos entraram no mercado em força, sobretudo no milho. Supõe-se que os fundos têm em seu poder 15,8% da colheita dos Estados Unidos, para o trigo a percentagem é de 9,4%. No caso da soja reduziram a sua exposição de 20,4% para 19,5%.
Até aqui os factos, e agora o que se vai passar? No que respeita à soja creio que a escalada de preços tem limite, pelo que deve começar a corrigir preços a partir de Setembro. Não podemos esquecer que estes preços são mundiais e portanto afectam toda a gente. A baixa dos consumos de soja no primeiro mundo é bastante generalizada, sobretudo aproveitando o preço dos aminoácidos (contra toda a lógica), que continuam a baixar de preço.
No que aos cereais diz respeito os preços deverão baixar em finais de Agosto ou princípios de Setembro devido à pressão da colheita no hemisfério Norte. O problema, como quase sempre, são os custos de mercado que faltam cobrir.
Em resumo uma vez mais, o mercado demonstra que cada vez que os preços das matérias primas permitam produzir carne a preços competitivos ou razoáveis, o comprador deve comprar e só equacionar que percentagem cobrir.
Apesar de tudo, boas férias para todos.
Jordi Beascoechea
6 de agosto de 2012
