16 de Junho de 2017
Os porcos voltaram a subir em Portugal, na primeira quinzena de Junho. A subida foi de 0,05€/kg carcaça. Desde que as cotações recomeçaram a subir, o total acumulado de aumento é de 0,105€/kg carcaça.
Os pesos continuam a baixar, o que denota o desequilíbrio existente entre a oferta e a procura. Este desequilíbrio será ainda mais notório nas semanas que se avizinham, pois haverá ainda menor oferta de porcos para abate, porque há menor número de cabeças e também porque, devido ao calor, os porcos irão crescer mais lentamente. Contudo há que ter em conta que tem havido alguma dificuldade em fazer valorizar a carne na mesma proporção em que se têm valorizado os porcos e isto poderá ser um óbice a subidas mais pronunciadas nos preços de abate.
Na Europa também tem havido dificuldade em conseguir valorizar a carne. Desde Fevereiro que os chineses estão a comprar menos carne de porco na Europa, em primeiro lugar porque tem havido recuperação da sua produção e a consequente descida dos preços interiores e em segundo lugar porque a carne da U.E. é cara e os chineses sabem que a partir de Setembro esta será mais barata, esperando poder comprá-la a partir dessa data a melhor preço. Inclusive, a compra de miudezas de porco, tem sido menor por parte daquele gigante asiático.
Como os chineses não deixaram de comer, a menor compra que é feita na U.E. está a ser compensada, uma parte, tal como referi acima, pelo aumento da produção interna e a outra parte por compras nos Estados Unidos e Canadá, que têm os preços da carne de porco bastantes competitivos. Outro factor importante para a redução das compras chinesas na U.E é a cotação do euro face ao dólar. O euro está mais valorizado e isso implica que as compras na europa custem mais dólares.
Mesmo assim, o mercado interno da Europa tem conseguido consumir a carne que é colocada no mercado, se bem que a procura tem vindo a desacelerar devido ao aumento dos preços.
É deste equilíbrio/desequilíbrio que iremos viver nos próximos meses de verão.
No que diz respeito aso mercados europeus do porco, a Espanha subiu a sua cotação 0,025€/kg PV (+0,033€/kg carcaça) fixando a cotação em 1,40€/kg PV (1,867€/kg carcaça). Os pesos baixaram cerca de 750gr. No mercado espanhol há menos porcos nas empresas de integração (nestas os pesos baixaram de uma maneira bem acentuada) e tem havido alguma retenção de porcos por parte dos suinicultores “independentes”. Há dificuldade em valorizar a carne e por isso as subidas na cotação em Lérida têm vindo a ser menores. Espera-se que a partir de agora, com a previsível entrada de centenas de milhares de turistas no país vizinho, haja menor dificuldade em valorizar o preço das peças e, que este facto possa contribuir para um aumento da cotação dos porcos.
Na Alemanha a cotação subiu 0,01€/kg carcaça fixando-se em 1,81€/kg carcaça. O mercado está equilibrado entre a oferta e a procura e os pesos mantiveram-se nos 96,1kg.
Na Holanda a cotação manteve-se em 1,82€/kg carcaça e na Bélgica subiu 0,01€/kg PV para 1,30€/kg PV. Os holandeses esperavam que a cotação dos porcos subisse, visto que as vendas de carne foram muito boas no mercado interno, mas os matadouros queixam-se que as vendas para o mercado chinês são muito fracas e que existem problemas financeiros graves nas empresas de transformação holandesas, que as leva a comprar menos peças para transformação e travaram a possível subida do preço dos porcos.
A Dinamarca manteve a sua cotação em 1,56€/kg carcaça. Os dinamarqueses referem que o mercado está estabilizado e não apresenta condições para haver valorizações quer dos porcos quer da carne.
Em França, as cotações voltaram a subir muito tenuemente. Nesta quinzena a subida foi de apenas 0,003€/kg carcaça, fixando-se a cotação em 1,485€/kg carcaça. Os pesos subiram 100g para os 95,1 o que é um sinal notório de que o mercado francês ainda se mantém um pouco enrolado e pesado. Está a custar sair das semanas consecutivas de abates reduzidos devido aos feriados. Espera-se que a França comece, paulatinamente, a recolocar as suas cotações ao nível das restantes cotações europeias.
Apesar de algumas dificuldades, pontuais, no mercado europeu da carne, a tendência é para que as cotações dos porcos ainda possam subir mais um pouco. Assim permita a carne.