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Welfare Quality®: Medidas no matadouro

A seguir apresentamos um breve resumo das diferentes medidas propostas no protocolo Welfare Quality® para a avaliação do bem-estar dos suínos no matadouro.


A seguir apresentamos um breve resumo das diferentes medidas propostas no protocolo Welfare Quality® para a avaliação do bem-estar dos suínos no matadouro. As medidas organizam-se dentro dos 4 princípios de bem-estar animal (boa alimentação, alojamento adequado, boa saúde e comportamento apropriado), e cobrem todas as etapas do animal no matadouro: transporte e descarga, delocação para os parques de espera, estabulação nos parques de espera, atordoamento e abate, y a carcaça (Figura 1).

Figura 1. Protocolo Welfare Quality® no matadouro

Boa alimentação 1. Ausência de fome prolongada Fornecimento de alimento
2. Ausência de sede prolongada fornecimento de água
Bom alojamento 3. Conforto durante o descanso Solo
Material de cama
4. Conforto térmico Tiritar
Arfar
Animais amontoados
5. Facilidade de movimento Escorregões, quedas, densidades no camião, densidades no parque de espera.
Boa saúde 6. Ausência de feridas Coxeira, feridas no corpo
7. Ausência de doenças Animais incapazes de se moverme por eles próprios, animais mortos
8. Ausência de dor induzida pelo maneio Eficácia do atordoamento
Comportamento apropriado 9.Boa relação Homem-animal Vocalizações
10. Estado emocional positivo Animais imóveis e/ou que andam para trás.

Transporte e descarga
Durante a descarga, avalia-se a facilidade de movimento dos animais a partir da percentagem de porcos que escorregam (perda do equilíbrio sem chegar a caír) e/ou caem (quando alguma parte do animal, à parte das unhas, toca o solo). Por outro lado, avalia-se o medo durante a descarga a partir da percentagem de animais que permanecem imóveis durante pelo menos 2 s (Figura 2), ou retrocedem bruscamente dentro da zona de observação (Figura 3).

Figura 2 Figura 3

Nesta fase também se registam algumas medidas indicadoras do bem-estar durante o transporte. Uma delas é a temperatura efectiva, que se valoriza a partir da presença de animais que tiritam (stress pelo frio) ou arfam (stress pelo calor). Após a descarga, inspecciona-se no interior do camião a presença de animais mortos ou incapazes de se deslocarem por si próprios, seja por lesão ou doença. Estas medidas incluem-se dentro do critério de ausência de doenças. Por último, a disponibilidade de espaço calcula-se a partir da superfície de cada piso e o peso total dos animais trasportados. Por último, também se tem em conta a presença de material de cama no solo do camião.

Deslocamento para os parques de espera
Uma vez que os animais tenha descido do camião e se dirijam para o parque de espera, avalia-se a presença de coxeiras numa zona em que andem em piso plano. Para isso consideram-se dois tipos segundo a sua severidade. Coxeiras leves quando o animal tem dificuldade para caminhar mas continua a apoiar-se sobre as quatro extremidades, e graves quando o animal não apoia uma das quatro extremidades.

Estabulação nos parques de espera
Nesta fase tem-se em conta 4 critérios. Os dois primeiros são a ausência de sede e de fome. O primeiro calcula-se a partir do número de bebedouros por animal, o seu funcionamento e limpeza. Para o segundo, avalia-se a disponibilidade de alimento para os animais que estejam mais de 12 horas alojados nos parques de espera.

O terceiro critério é que há uma temperatura efectiva adequada. O stress pelo frio avalia-se a partir da presença de animais tiritando ou que se amontoam quando estão deitados. O stress pelo calor mede-se a partir da presença de animais a arfar. O último critério é que há conforto durante o descanso, que se avalia através da área disponível por animal.

Atordoamento e abate
Durante a condução dos animais para o seu atordoamento avalia-se a relação humano-animal a partir da presença de vocalizações agudas (guinchos) no grupo. Para isso regista-se a presença ou ausência de vocalizações durante períodos de 20s e o número de animais vocalizando no final deste período.

Durante o atordoamento, avalia-se se a inconsciência se induz sem dor nem stress, e que se mantenha até à morte do animal. Para isso avalia-se, logo após o atordoamento e após a sangria, a ausência de reflexo corneal, ritmo respiratório, tentativas de recuperar-se e vocalizações.

Carcaça
Por último, a ausência de lesões avalia-se a partir das feridas em meia carcaça (Figura 4). Para isso, divide-se a carcaça em 5 áreas (orelhas, cabeça e espádua, tronco, quartos traseiros e extremidades). Cada parte avalia-se independentemente a partir da seguinte escala: 0, sem lesões ou lesões menores de 2 cm; 1, mais de uma lesão maior que 2 cm; 2, mais de 10 lesões maiores que 2 cm ou qualquer lesão penetrante . As carcaças avaliam-se com um 1 ou 2 se há alguma zona com 1 ou 2, respectivamente.

O projecto Welfare Quality® editou um livro onde se detalham as diferentes medidas e a sua metodologia de avaliação (www.welfarequality.net).

Antonio Velarde e Antoni Dalmau. IRTA. Espanha

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