Cooperativa Central Aurora Alimentos - uma das poucas empresas brasileiras de processamento de carnes habilitadas a exportar para a China - fez no passado dia 9 o primeiro embarque de carne suína para aquele país.
O anúncio foi feito pelo presidente Mário Lanznaster, mas a empresa não revelou o valor da primeira transacção comercial concretizada.
A primeira remessa é constituída de 120 toneladas (cinco contentores) de diversos itens de cortes suínos com e sem osso que embarcaram nos dias 8 e 9 no porto de Itajaí com dois destinos: uma parte ficará no porto de Shangai e outra parte no porto de Yantian. O transit time (tempo para chegada do navio no destino) é de aproximadamente 37 dias.
"Esse é o primeiro negócio e, gradativamente, serão definidos os itens de melhor aceitação, bem como o padrão de cada corte, de acordo com as orientações de nossos clientes chineses", observou o gerente de comércio exterior Dilvo Casagrande.
Para chegar ao primeiro embarque, a empresa criou ainda em 2011 uma estrutura especial para atender as especificidades do país importador. Uma delas é o sistema de rastreabilidade da produção que tem origem no campo até o produto final a ser exportado.
Um grupo de 35 propriedades rurais do oeste catarinense foi selecionado pela Aurora, homologado pela Cidasc com protocolo de produção aprovado pelo Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura. Uma fábrica de rações da CooperAuriVerde (cooperativa filiada à Cooperativa Central Aurora Alimentos) está processando ração específica para abastecer os efectivos.
Os animais prontos são conduzidos para a unidade industrial de Chapecó (FACH1) onde está programado o "turno dedicado": um dia em cada quinzena, o matadouro abate cerca de 4.600 suínos que geram 200 toneladas de produtos embalados, congelados e armezenados para o mercado chinês.
O abate segregado iniciou-se a 9 de Janeiro. Essa produção é integralmente destinada à China e, conforme evoluírem os negócios, o abate será ampliado para mais dias na quinzena.
Casagranda lembra que a China somente consumia a carne brasileira através das importações via Hong Kong. A partir de 2009 passou a comprar diretamente produtos de frango e, em Abril de 2011, com o acordo firmado pela presidente Dilma Rousseff, a exportação de carne suína directa Brasil/China foi autorizada, mas exigiu um árduo trabalho de diversos sectores da empresa para adequar o processo ao protocolo exigido.
Nesse novo estágio, a China passa a comprar directamente ao Brasil, que poderá incrementar as vendas, oferecer volumes e cortes mais específicos para a demanda chinesa e entrar no país mais populoso, com renda emergente, que prevê aumentar o consumo de carne nas próximas décadas.
2 de Fevereiro de 2012. Aurora. Brasil