Em 2011 o Ministério da Agricultura francês iniciou o Plano Nacional Ecoantibio 2017, cujo objectivo é reduzir o uso de antibióticos em medicina veterinária no período 2012-2017 e coordenar e potenciar os esforços de todos os que participam na luta contra a resistência aos antimicrobianos.
Com este problema em mente, a Agência Nacional para a Segurança Sanitária e Alimentação (ANSES), lançou um pedido interno para levar a cabo uma avaliação dos riscos da emergência da resistência aos antimicrobianos devido aos padrões de uso de antibióticos no âmbito veterinário, nos distintos sectores de produção animal (ruminantes, suínos, aves, coelhos e peixes), bem como em cavalos e animais domésticos.
Peritos da Agência destacaram que durante o tratamento preventivo, existe o risco de induzir resistência nas bactérias da flora comensal em todos os animais tratados, enquanto que o benefício terapêutico depende da eliminação efectiva das bactérias patogénicas, cuja presença é suspeita. A relação benefício-risco do tratamento preventivo, portanto, parece ser pobre em relação ao risco de resistência aos antibióticos, excepto para alguns usos específicos.
O tratamento metafilático, bem adaptado aos animais criados em grupo, é considerado pelos peritos como um tipo de uso mais aceitável, já que pode ter uma melhor relação beneficio-risco que um tratamento preventivo quando se especificam as modalidades de aplicação.
Quanto ao controlo das práticas de alto risco na terapia com antibióticos em veterinária, a ANSES recomenda:
- Abandonar o uso de tratamento preventivo com antibióticos,
- Reservar o uso de antibióticos de última geração (cefalosporinas e fluoroquinolonas de terceira e quarta geração) para circunstâncias especiais que devem ser estritamente reguladas e claramente definidas antecipadamente em função do sector,
- Priorizar o uso de antibióticos de espectro reduzido, dirigidos especificamente às bactérias em questão.
A ANSES também releva a necessidade de avaliar o impacto das medidas utilizadas para combater a resistência aos antimicrobianos mediante o uso de inquértios específicos e métodos de controlo. Além disso, reforça-se que a luta contra a resistência aos antimicrobianos também implica a adopção de ferramentas que permitam tratamentos com antibióticos específicos e o desenvolvimento de alternativas ao uso de antibióticos.
Sexta-Feira, 20 de Junho de 2014/ ANSES/ França.
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