Os Eurodeputados mostram a sua preocupação pelos efeitos colaterais para os sectores agrícola e alimentar de uma disputa num sector sem relação directa e criticam a decisão dos Estados Unidos de impor taxas aduaneiras adicionais a uma séria de produtos agrícolas. O montante total das novas taxas atinge os 6800 milhões de euros.
Numa resolução aprovada de mão no ar, o plenário também critica a falta de interesse de Washington em trabalhar com a UE para resolver a longa disputa em torno dos subsídios à Airbus e à Boeing.
Impacto na agricultura
A UE deve responder ao aumento das taxas aduaneiras de forma coordenada e unida, diz ol texto. Como primeiro passo, a Comissão Europeia deve monitorizar a evolução do mercado, utilizar as ferramentas disponíveis, como o armazenamento privado, retirada do mercado e outros instrumentos para fazer frente às variações do mercado, ao mesmo tempo que se mobilizam ajudas para os mais afectados.
A Comissão também irá intensificar os seus esforços para promover os produtores Europeus no estrangeiro, além de flexibilizar as normas sobre o financiamento destas actividades para permitir o impulso das campanhas de promoção nos Estados Unidos, ou para as rediireccionar para mercados alternativos, sugerem os Eurodeputados.
A resolução rejeita qualquer corte do orçamento para a Política Agrícola Comum (PAC) e pede alterações na reserva para crises.
O Parlamento insta a Comissão Europeia a procurar uma solução negociada e para suavizar as tensões comerciais na relação com os Estados Unidos.
Uma decisão da Organização Mundial do Comércio
A Organização Mundial do Comércio (OMC) determinou que, em resposta aos subsídios ilegais concedidos na Europa à Airbus, os EUA têm direito a aplicar taxas aduaneiras adicionais aos produtos da UE. Desde odia 18 de Outubro, Washington aplica 25% extra a uma longa lista de produtos, que incluem o azeite.
A UE ganhou outro caso paralelo devido às ajudas à Boeing e a determinação sobre as medidas compensatórias que poderá impor às exportações norte-americanas chegará em 2020.
A Espanha está entre os países mais afectados pelas novas taxas, juntamente com o Reino Unido, a França, a Itália, a Alemanha e a Irlanda. No conjunto, esses países suportam 95% dos agravamentos, no montante que ronda os 3500 milhões de euros, segundo explicou a comissária do Comercio, Cecilia Malmström, no plenário na 3ª feira passada.
Os produtos mais afectados são os que têm elevado valor acrescentado e que costumam beneficiar de protecção por questões de qualidade, como o vinho e as bebidas alcoólicas, o azeite e os produtos lácteos. Também serão afectados as azeitonas, a carne de porco, alguns doces, a fruta processada e os cítricos, entre outros.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações da UE. Em 2018, a UE vendeu aos EUA 22300 milhões de euros.
Quinta-Feira, 28 de Novembro de 2019/ CE/ União Europeia.
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