O presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, analisou a evolução do sector avícola e suíno no Brasil durante 2016 e as perspectivas para 2017. Segundo a sua opinião, a crise económica que afectou o Brasil gerou desemprego e uma redução do consumo, repercutindo-se na produção de proteína de origem animal.
O preço do milho acaba o ano com valores inferiores aos 40 reais/60 kg, uma quantidade significativamente menor que a observada meses atrás, em que se superavam os 60 reais. A oferta do Paraguai e da Argentina, além da recente autorização à importação dos Estados Unidos deve reduzir a pressão sobre o seu preço no próximo ano.
Outro ponto a ter em conta no sector é que o tipo de câmbio real/dólar mostrou uma melhoria no terceiro trimestre, fechando em determinados momentos em 3,50 reais por dólar, valor considerado ideal para os exportadores de aves de capoeira e carne de porco. Não obstante, outros factores como a falta de financiamento, as altas taxas de interesse têm sido um obstáculo para estabelecer negócios no sector avícola e suíno.
No caso da carne de porco, a grande procura de fora do país fomentou o aumento das exportações, mitigando a menor procura interna.
Carne de porco
As previsões assinaladas pela ABPA indicam um aumento de 2,4% na produção total do sector, que se espera que chegue aos 3,7 milhões de toneladas, frente aos 3,6 milhões de toneladas produzidas em 2015.
A oferta interna de carne de porco contraiu-se 3,5%, com um total de 2,9 milhões de toneladas em 2016, sendo em 2015 de 3,1 milhões de toneladas. A diminuição da oferta teve impacto no consumo anual per capita sendo de 14,4 kg frente aos 15,2 kg de 2015.
O impulso na produção de carne de porco deverá acabar este ano com um aumento das exportações de 30%, alcançando as 720.000 toneladas exportadas (555.000 toneladas em 2015).
Para 2017, as previsões do ABPA indicam um aumento de até 2% na produção e até 5% nas exportações, já que se espera a abertura do mercado na Coreia do Sul, um dos maiores importadores de carne de porco no mundo. Também há boas expectativas quanto à autorização de novas fábricas para exportar para a China e a liberação da venda directa de carne de porco do Brasil na África do Sul.
Terça-feira, 13 de Dezembro de 2016/ ABPA/ Brasil.
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